Escrevo porque encontro nisso
um prazer que não consigo traduzir.
Não sou pretenciosa.
Escrevo para mim, para que eu sinta
a minha alma falando e cantando,
às vezes chorando.
[Clarice Lispector]

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Se não for hoje, um dia será.

Descobri a pouco tempo que nada que eu faça adiantara algo se não for para ser agora. E olha que isto é algo belo, pois acredito que realmente não seja agora. Passei a confiar extremamente na capacidade da minha vida se ajeitar pelo simples fato de eu acreditar nisso. Não que eu tivesse opções, as poucas que tinha foram jogadas ao vento junto com aquele cansaço de esperar. Pensei que fosse algo comum. Que a demora viria com o desestimento, e que eu desistiria. Já fiz isso outras vezes. Se for só isso logo vai passar.... Não passou. Desculpa se eu enlouqueço às vezes, é que esse é meu jeito louco de te amar. Desculpa se sou péssimas em demonstrações, e se um dia acreditei que você era bom em nota-las. Mas eu sei o meu lugar, eu me vi no seus olhos, e me senti em seu peito. Eu sei que é você. Mesmo com tudo, com todos os dias, com todas as batalhas, com todos os ferimentos, e incertezas. Sei que é você. Sei porque você sabe que sou eu. Agora... ou mais tarde meu amor.

[Carolina Assis]

Dias Polisipos...

O vazio comporta muitas coisas, sinto-me cheia dele. Desde quando coloquei você para fora. Agora em seu lugar não há nada. Nunca houve nada. Antes de sua ocupação, era apenas um vácuo te esperando, um local que já possuía dono, mesmo antes de conhece-lo. Foi sempre você, o tempo todo dono daqui. Agora sinto-me responsável pela imensa tarefa de ocupa-lo de novo, mesmo que nada consiga se manter dentro dele por muito tempo... Livros desengavetados, CD's fora de caixas, amigos já esquecidos, jogos perdidos, e... tentativas. Meras tentativas de poder estabelecer rotina que não necessite de suas palavras, uma rotina que antes usufruía-se de sua presença constante, e que agora, eu faço de tudo para ocupar a ausência que ela deixaste.

- Você que desistiu!
- Não, apenas reconheci uma causa perdida.

[Carolina Assis]

Eu preciso organizar o caos que eu sou, ...o problema é que eu fico achando que caos é ordem.

Virar as coisas de cabeça para baixo parece uma opção formidável para alguém que já não sabe o que fazer. Sempre achei que tivesse certeza do que queria, de onde estava indo, mas agora parece que todas as placas de sinalização estão misturadas, perdidas iguais a mim. Distraio-me com tudo, e desvio-me da meta o tempo todo, não sei mais qual meta é. Não sei porque perdi o interesse completo, agora só esta partes deles, todas fragmentas e soltas por ai. Resta a mim saber junta-las. Resta a mim querer junta-las. Não sei mais se quero. Não entendo como pude vim parar nessa montanha de decisões que ninguém saberia que existem, não imaginei estando em um momento em que eu poderia escolher ir em frente ou mudar de rota. Nunca pensei que poderia haver opções. Pois não há. Ou quero ou não quero. Contudo meu mundo -sempre pronto a me surpreender- faz com que eu esteja nesse caminho de duas mãos não sabendo se volto ou se vou. Poderia ser mais fácil, poderia haver um única decisão como sempre houve, eu poderia continuar a querer apenas você. Como sempre quis.

[Carolina Assis]

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Não sabia que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida.

Círculos são viciantes. A vontade de nunca sair do caminho ocupa todos o lugares que não deveriam nem existir. Esperança, espera, medo... talvez um pouco de amor. É quase impossível que seja. É que no neutro do amor está uma alegria contínua, como um barulho de folhas ao vento, como um gota de chuva deslizando por um corpo. Assim como o fluxo de sentidos que vem e vão, mas nunca se perpetuam para longe. Sempre voltam. Que um dia fique, é meu desejo. Porque ficarei, ficarei nesse circulo até que me tirem a força. Empurrem-me. Mesmo assim parte de mim fará continuidade aquela espera. E que seja algo. E que possa assim trazer com a definição, algo que mais temo. Que por sinal, pouparei de lhe dizer.

[Carolina Assis]

Adoro chuva. Poupa lágrimas.

Não sei mais expor-me em palavras. Tão pouco sei expor o que sinto. E talvez, esses sejam os tempos em que sou mais invadida por sensações que antes não possuíam nome para mim. E estes, puderam crescer junto a todos aqueles que já possuíam algum significado... Porque o amor é sofrível, escondo isso em todas minhas palavras soltas, meu embalos, meus sorrisos estampados que surgem vez ou outra. Mas não sou capaz de esconder de tudo, não sou capaz porque não me permito ser. Dou-me um momento, aqui e ali, para sentir a dor. Para sufocar com todas as lágrimas que um dia prometi não tocarem mais ao chão. Sempre cumpro minhas promessas, o que me faz lembrar que deveria prometer outras coisas. Coisas que nunca cumprirei, e assim perderia minha palavras. Faço isso agora. Deixo escapar o pouco de pessimismo e dor por entre essas linhas que não deixam significado algum, rastro algum, e que ninguém pode supor o que seja. Talvez nem exista, provavelmente não exista mesmo. Mas preciso disso, para marcar minha vida, para senti-la, para ouvir meu coração e saber que ele bate por alguém, e quando esse alguém pira, meu coração segue o movimento. Preciso acreditar que é verdadeiro, e para que seja, necessito ter momentos de loucuras que são capazes de me fazerem desejar o sumiço, momentos de desespero que me fazem lutar contra mim, e contra esse sentimento que não é um complemento apenas, tornou se parte de tudo que leva meu nome. Mas gosto de me enganar, gosto também de você, e de todos os outros que amou. Isso me faz aproximar todo mundo e esquecer de mim. A mania idiota da garota boba que acha que pode viver sozinha. Então viva, faça de toda dor que se acumulou ao longo dos meses um sorriso bobo e esse ser seu único espaço para guardar toda ela. Porque nos próximos, falará de como é bom sorrir e ver crescimento em tudo. Então fale. Porque é isso que fará a diferença lá na frente, mesmo que você não veja agora. Saber que a dor existe sim, só um tolo a negaria, mas que pode ser disfarçada e salva por todas as belezas de sua vida. Beleza essas que não incluem ele, nem nada que o lembre. E a vida é bela, sempre foi.

[Carolina Assis]

sábado, 4 de dezembro de 2010

Não era só um sorriso...

...Era felicidade que se aprofundava no olhar
e se perdia além do canto da boca. Não era nada bobo.

Ando ansiosa, isso é bem verdade. Ansiosidade , contudo é algo bom, ao menos no meu caso é um sentimento excelente que me faz ter muitas expectativas para o que vai vim. E nesse momento é tudo o que penso. Esse término de ano, onde o mundo resolveu me fazer tomar todas as decisões importantes dessa fase da minha vida... Obedeci. Tomei algumas racionalmente, outras não tanto. Satisfação. Minha palavra nesses últimos meses, sinto uma saudade imensa do meu futuro. Sorte a minha, geralmente se tem saudade do que não volta. Nesse caso ainda nem veio, mas virá e da maneira que eu planejar. Aprendi com todo o esforço e quedas que minha vida eu que comando, não o destino, não as pessoas que amo, não a sorte. Possuo todos meus sonhos em meu coração e todo o trabalho para realiza-los em mãos. E acreditem, falo de tudo. De pessoas, de carreira, de estudos, de físico, de psicológico, de emocional...De todas as coisas que levam meu nome e me compõe. Encontro-me em uma das melhores fases da minha vida, não só porque tudo esta dando certo, ou porque tenho todos que preciso a minha volta, mas por perceber o quanto sou capaz de me tornar aquilo que desejo, de possuir o que almejo, de olhar em volta e ter orgulho de tudo que construi, e ter a certeza que posso fazer cada vez mais, para minha felicidade, e para a de todos que me acompanham. O lado ruim -tudo tem um lado ruim- é que minha inspiração voa, mas para bem longe de mim, portanto fica explicado a possível ausência futura de posts decentes -e indecentes- nesse meu recanto de emoções. As escritas, minha vida anda sendo, e continuará a ser -farei com que seja- muito mais do que essas palavras.

[Carolina Assis]