Escrevo porque encontro nisso
um prazer que não consigo traduzir.
Não sou pretenciosa.
Escrevo para mim, para que eu sinta
a minha alma falando e cantando,
às vezes chorando.
[Clarice Lispector]

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Se não for hoje, um dia será.

Descobri a pouco tempo que nada que eu faça adiantara algo se não for para ser agora. E olha que isto é algo belo, pois acredito que realmente não seja agora. Passei a confiar extremamente na capacidade da minha vida se ajeitar pelo simples fato de eu acreditar nisso. Não que eu tivesse opções, as poucas que tinha foram jogadas ao vento junto com aquele cansaço de esperar. Pensei que fosse algo comum. Que a demora viria com o desestimento, e que eu desistiria. Já fiz isso outras vezes. Se for só isso logo vai passar.... Não passou. Desculpa se eu enlouqueço às vezes, é que esse é meu jeito louco de te amar. Desculpa se sou péssimas em demonstrações, e se um dia acreditei que você era bom em nota-las. Mas eu sei o meu lugar, eu me vi no seus olhos, e me senti em seu peito. Eu sei que é você. Mesmo com tudo, com todos os dias, com todas as batalhas, com todos os ferimentos, e incertezas. Sei que é você. Sei porque você sabe que sou eu. Agora... ou mais tarde meu amor.

[Carolina Assis]

Dias Polisipos...

O vazio comporta muitas coisas, sinto-me cheia dele. Desde quando coloquei você para fora. Agora em seu lugar não há nada. Nunca houve nada. Antes de sua ocupação, era apenas um vácuo te esperando, um local que já possuía dono, mesmo antes de conhece-lo. Foi sempre você, o tempo todo dono daqui. Agora sinto-me responsável pela imensa tarefa de ocupa-lo de novo, mesmo que nada consiga se manter dentro dele por muito tempo... Livros desengavetados, CD's fora de caixas, amigos já esquecidos, jogos perdidos, e... tentativas. Meras tentativas de poder estabelecer rotina que não necessite de suas palavras, uma rotina que antes usufruía-se de sua presença constante, e que agora, eu faço de tudo para ocupar a ausência que ela deixaste.

- Você que desistiu!
- Não, apenas reconheci uma causa perdida.

[Carolina Assis]

Eu preciso organizar o caos que eu sou, ...o problema é que eu fico achando que caos é ordem.

Virar as coisas de cabeça para baixo parece uma opção formidável para alguém que já não sabe o que fazer. Sempre achei que tivesse certeza do que queria, de onde estava indo, mas agora parece que todas as placas de sinalização estão misturadas, perdidas iguais a mim. Distraio-me com tudo, e desvio-me da meta o tempo todo, não sei mais qual meta é. Não sei porque perdi o interesse completo, agora só esta partes deles, todas fragmentas e soltas por ai. Resta a mim saber junta-las. Resta a mim querer junta-las. Não sei mais se quero. Não entendo como pude vim parar nessa montanha de decisões que ninguém saberia que existem, não imaginei estando em um momento em que eu poderia escolher ir em frente ou mudar de rota. Nunca pensei que poderia haver opções. Pois não há. Ou quero ou não quero. Contudo meu mundo -sempre pronto a me surpreender- faz com que eu esteja nesse caminho de duas mãos não sabendo se volto ou se vou. Poderia ser mais fácil, poderia haver um única decisão como sempre houve, eu poderia continuar a querer apenas você. Como sempre quis.

[Carolina Assis]

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Não sabia que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida.

Círculos são viciantes. A vontade de nunca sair do caminho ocupa todos o lugares que não deveriam nem existir. Esperança, espera, medo... talvez um pouco de amor. É quase impossível que seja. É que no neutro do amor está uma alegria contínua, como um barulho de folhas ao vento, como um gota de chuva deslizando por um corpo. Assim como o fluxo de sentidos que vem e vão, mas nunca se perpetuam para longe. Sempre voltam. Que um dia fique, é meu desejo. Porque ficarei, ficarei nesse circulo até que me tirem a força. Empurrem-me. Mesmo assim parte de mim fará continuidade aquela espera. E que seja algo. E que possa assim trazer com a definição, algo que mais temo. Que por sinal, pouparei de lhe dizer.

[Carolina Assis]

Adoro chuva. Poupa lágrimas.

Não sei mais expor-me em palavras. Tão pouco sei expor o que sinto. E talvez, esses sejam os tempos em que sou mais invadida por sensações que antes não possuíam nome para mim. E estes, puderam crescer junto a todos aqueles que já possuíam algum significado... Porque o amor é sofrível, escondo isso em todas minhas palavras soltas, meu embalos, meus sorrisos estampados que surgem vez ou outra. Mas não sou capaz de esconder de tudo, não sou capaz porque não me permito ser. Dou-me um momento, aqui e ali, para sentir a dor. Para sufocar com todas as lágrimas que um dia prometi não tocarem mais ao chão. Sempre cumpro minhas promessas, o que me faz lembrar que deveria prometer outras coisas. Coisas que nunca cumprirei, e assim perderia minha palavras. Faço isso agora. Deixo escapar o pouco de pessimismo e dor por entre essas linhas que não deixam significado algum, rastro algum, e que ninguém pode supor o que seja. Talvez nem exista, provavelmente não exista mesmo. Mas preciso disso, para marcar minha vida, para senti-la, para ouvir meu coração e saber que ele bate por alguém, e quando esse alguém pira, meu coração segue o movimento. Preciso acreditar que é verdadeiro, e para que seja, necessito ter momentos de loucuras que são capazes de me fazerem desejar o sumiço, momentos de desespero que me fazem lutar contra mim, e contra esse sentimento que não é um complemento apenas, tornou se parte de tudo que leva meu nome. Mas gosto de me enganar, gosto também de você, e de todos os outros que amou. Isso me faz aproximar todo mundo e esquecer de mim. A mania idiota da garota boba que acha que pode viver sozinha. Então viva, faça de toda dor que se acumulou ao longo dos meses um sorriso bobo e esse ser seu único espaço para guardar toda ela. Porque nos próximos, falará de como é bom sorrir e ver crescimento em tudo. Então fale. Porque é isso que fará a diferença lá na frente, mesmo que você não veja agora. Saber que a dor existe sim, só um tolo a negaria, mas que pode ser disfarçada e salva por todas as belezas de sua vida. Beleza essas que não incluem ele, nem nada que o lembre. E a vida é bela, sempre foi.

[Carolina Assis]

sábado, 4 de dezembro de 2010

Não era só um sorriso...

...Era felicidade que se aprofundava no olhar
e se perdia além do canto da boca. Não era nada bobo.

Ando ansiosa, isso é bem verdade. Ansiosidade , contudo é algo bom, ao menos no meu caso é um sentimento excelente que me faz ter muitas expectativas para o que vai vim. E nesse momento é tudo o que penso. Esse término de ano, onde o mundo resolveu me fazer tomar todas as decisões importantes dessa fase da minha vida... Obedeci. Tomei algumas racionalmente, outras não tanto. Satisfação. Minha palavra nesses últimos meses, sinto uma saudade imensa do meu futuro. Sorte a minha, geralmente se tem saudade do que não volta. Nesse caso ainda nem veio, mas virá e da maneira que eu planejar. Aprendi com todo o esforço e quedas que minha vida eu que comando, não o destino, não as pessoas que amo, não a sorte. Possuo todos meus sonhos em meu coração e todo o trabalho para realiza-los em mãos. E acreditem, falo de tudo. De pessoas, de carreira, de estudos, de físico, de psicológico, de emocional...De todas as coisas que levam meu nome e me compõe. Encontro-me em uma das melhores fases da minha vida, não só porque tudo esta dando certo, ou porque tenho todos que preciso a minha volta, mas por perceber o quanto sou capaz de me tornar aquilo que desejo, de possuir o que almejo, de olhar em volta e ter orgulho de tudo que construi, e ter a certeza que posso fazer cada vez mais, para minha felicidade, e para a de todos que me acompanham. O lado ruim -tudo tem um lado ruim- é que minha inspiração voa, mas para bem longe de mim, portanto fica explicado a possível ausência futura de posts decentes -e indecentes- nesse meu recanto de emoções. As escritas, minha vida anda sendo, e continuará a ser -farei com que seja- muito mais do que essas palavras.

[Carolina Assis]

domingo, 28 de novembro de 2010

Se não eu, quem vai fazer você feliz?

Dizem que meu sorriso se expande quando você esta perto. E isso não poderia explicar nem uma pequena percentagem da festa que meu intimo faz quando você se aproxima. Quase posso sentir raiva por meu corpo não se acostumar com sua presença constante, ou por não conseguir adestrar minhas borboletas travessas que quase me fazem voar com elas. Mas não sinto. Ao contrario, posso observar minha felicidade crescer todas as vezes que deposita seus olhos sobre os meus. Se tivesse sido possível deixar essa historia quando pareceu que deixaria, ainda assim não teria feito. Porque cada partícula do meu corpo grita silenciosamente pelo seu nome, e cada pensamento meu toma o seu rumo. Nossa vidas são como rios, que se não estivessem tão conturbados não teria se encontrados. Nós juntos somos mar. Mar e imensidão. Meu amor por você é isso, é algo que não se mede, algo que não tem explicação. Eu desisti, mas senti falta de você sorrindo quando te deixei. Voltei. Porque é isso que faço, eu sempre volto... Na realidade eu nunca me vou. Apenas me aproximo de novas possibilidades, vezes ou outras surgia um pequeno sentimento por outro alguém. Meu ser ameaçava querer gostar de outro sorriso, me apaixonar por outra voz, mas logo passava, esse tipo de coisa não é de se acostumar. Sou apaixonada pelos seus defeitos, porque estes fazem de você único, se não o tivessem perderia seu charme, seu encanto, e você me encanta até com o jeito de deixar o cabelo que tanto me irrita. Quando disse que me irritava, você dobrou o modo como fazia. Engraçado que isso te diverte. Eu te divirto, faço dos seus momentos os meus, acho que você nunca teve alguém que compartilhasse a propia vida e a sua como um todo. Eu o farei, como de fato sempre o fiz, estarei aqui para te fazer sorrir, para lembrar cada detalhe de suas qualidades, para transformar seu defeitos, para mostrar ao mundo o seu interior de modo que ninguém vê, ninguém imagina. É como você me disse algumas vezes, ninguém nunca te conheceu como eu.

[Carolina Assis]

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Procuro desesperadamente por mim...

...E não vou parar até que eu me encontre.

Ando meio perdida.
E me perco ainda mais só de pensar nisso.
Posso sentir todas minhas decisões tomadas, posso ver que não há um misero sinal de duvida nelas, em nenhuma, mas ainda estou perdida.
E continuo me perdendo todos os dias.
Cada vez mais.
Não é triste, nem algo que me desespere.
Só não me encontro mais nas coisas que costumavam levar meu nome.
Não me satisfaço mais com as coisas de sempre, não me acostumo com as pessoas de sempre.
Preocupante. Mas ando tão perdida, que perdi também algumas caracteristicas, e com elas, boa parte da minha preocupação.
Ando perdida, mas talvez a verdade nem seja essa, só não consigo encaixar nada de mim em nada do mundo.
Porque agora, eu procuro apenas me encaixar em mim mesma.
Opiniões, conselhos, comandos, mandatos, nada disso me interessa.
Posso refazer meus planos e metas e alcançar a todos, e ainda me sentir perdida.
Entretanto posso me procurar todos os dias e me achar em cada nova situação, pessoa, musica, sorriso. Acho que essa constante procura me faz nunca esquecer de mim, e estar preparada para sempre me reencontrar.
É, ando perdida.
Mas quase posso me sentir agora.

[Carolina Assis]

terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Não me peça pra ficar... ...só porque você não quer me acompanhar."

Ando esperando quando meu sangue frio, que tanto falam, congelara meu coração. Não por doer quando bate, mas por sentir quando apanha. Não por ter partes que o preenchem sem pertencerem a ele, mas por sentir saudades de quando elas se vão. Por partir outros corações, que não merecem estar inteiros. O meu não presta. Não digo isso por dizerem. Eu sinto. Mas ao menos admito. Muito se infiltram e sugam tudo que puderem, no lugar fica um vácuo que ninguém mais sente. Isso eu também sinto. Talvez por te-lo feito. Você quando me implora para ir, se reiventa para me fazer ficar. E vou ficando... Mas chega, não serei mais uma apanhadora de desperdícios. Calcificarei meu coração. para você, e para os outros.

Ponto final porque cansei de reticencias.


- Quanto tempo durara isso?
- O suficiente para deixar marcas.

[Carolina Assis]

sábado, 20 de novembro de 2010

A minha única salvação é a alegria...

Deveria estar escrevendo novamente sobre amor, ou sobre sorrisos e a facilidade que se pode te-los. Mas ando tão cheia de mim, que isso precisava de alguma forma sair. Já disse há algum tempo que ando calada, esperando que meu silencio fale por mim... E para mim. Desejo que eu seja capaz de me ouvir como sou capaz de ouvir as outras pessoas. Não ando obtendo sucesso. Esta tudo tão diferente tão estranho, que este talvez seja o meu post mais confuso, e provavelmente o mais sincero. Na minha vida tudo sempre é assim, o meu amor mais sincero também é o mais confuso, não dos amores que tive em minha vida, mas provavelmente de todos que se conhecem. Meu egocentrismo as vezes me abala, como agora. Cresci ouvindo meus pais dizerem que mudei. Sim, isso porque mudo o tempo todo, sempre continuando sendo a mesma. As caracteristicas que fazem o mundo me conhecer continuam as mesmas, a animação de sempre, o sorriso escandaloso de segunda-feira de manha, a facilidade de ouvir e entender, o defeito de falar demais e não levar quase nada a serio, a teimosia de não ouvir conselhos e seguir o que meu coração manda, a mania de criar manias novas, a intensidades das relações, a facilidade de acaba-las. Mas sempre mudo. E agora não sei quem sou. E isso soa dramático ou triste, entretanto me encontro em uma das melhores fases da minha vida. Porque posso ser quem eu quero a cada momento. Criei uma independência tão forte, que as vezes me assusta. Sempre fui de estar do lado, de ir atrás, de querer cuidar e estar disponível, agora vejo as pessoas se afastarem e não me movo um milímetro para muar isso. E a falta de medo de perde-las, sempre as fazem voltar. Se eu soubesse que seria assim o tempo todo, talvez não teria a sorte de ter tantas pessoas a minha volta. Mas isso não muda muito minha estranha sensação de tomar estranhas atitudes que fazem de mim uma estranha para mim mesma. Na verdade a falta de atitudes que acaba me distraindo do foco de tentar obter a resposta da minha personalidade, vida, ou até mesmo emoção. Mas não me importo. Não me importo em não conseguir mais pensar. Antes qualquer vão de tédio eu fechava os olhos e imaginava tudo que queria, e vivia tudo que imaginava, e sentia tudo que vivia. Agora se fecho só olhos eu adormeço. E esse vão de tédios já não existem mais. Sorte do meu amor, a quem eu dizia que o amaria até o tédio. Mas ando feliz, e satisfeita, é algo que não da para explicar, porque sempre fui assim. Ao menos todos me viram assim. Costumo dizer que a felicidade não deve depender de objetos nem de pessoas, mas de sentimentos, de como andam as coisas dentro de cada um, contudo a minha felicidade sempre foi o resultado das peças do quebra-cabeça da minha vida. E a cada dia formo uma figura nova, as vezes perco algumas peças, outras troco com pessoas, as vezes eu mesma descarto, porem sempre ganho novas, e minha criatividade de criar diferente formas com todas elas é um dom e tanto. Tenho a impressão que fugi do contexto do meu desabafo sem sentido, mas não posso nem me surpreender, isso alem de ser uma caracteristica de todos meus texto é também da minha vida. Tomo alguma atitude com um principio, termino com outro. Crise de personalidade? Nunca me disseram isso. Também nunca me encaixei nesse perfil. Alias não me encaixo em perfil nenhum.

[Carolina Assis]

Seria assim, mesmo se eu pudesse escolher.

Alguns julgam loucura. Outros força. Já ouvi até o termo masoquismo. Mas nenhum deles podem entender. Porque nenhum deles conhecem você sorrindo, se conhecessem, sei que suportariam qualquer como. Nenhum deles sabem que tudo isso me fez aprender a ser feliz sem você, ser independente e ao mesmo tempo necessitada da sua presença constante, de sua amizade extensa, de sua cumplicidade sem limites. Nenhum deles sabe o que é ter alguém a todo momento, e o telefone tocando a cada intervalo de hora, ter os espaços do dia preenchido por alguém, ter os tédios invadidos por sorrisos compartilhados. Ninguém sabe como é precisar, ligar e ter. Nenhum deles entenderia porque sou eu que entro em desespero por algo na minha vida vida, te procuro, e em meia hora você esta me fazendo sorrir para me animar, você pega no meu braço e me balança para que eu te de atenção, para que eu te ouça e sorria. Eu sempre sorrio. Passo dias e noites tendo você a todo momento, ouvindo sobre todas que você tem quando não esta comigo, nos poucos minutos que não me tem. Contudo sou capaz de soltar insultos a você, quando gasta parte de seus créditos com outra pessoa, e para ser sinceramente alegre, não lembro me da ultima vez que fez isso. Suporto tudo isso, porque parte de mim deseja que seja sempre sim, e a outra te tem, então ambas se completam. Suporto porque já te perdi algumas vezes, e em todas elas nos falamos o dia todo. Suporto porque o amo, como parte de mim, porque você se foi e sempre ficou, porque mesmo que um dia você se vá verdadeiramente, eu não irei.

[Carolina Assis]

domingo, 14 de novembro de 2010

De todo o amor que eu tenho, metade foi tu que me deu...

Acordava sabendo que seria capaz de qualquer coisa para vê-lo sorrir. Embora sentisse que não estava preparada... Sempre achou a ideia de um amor a dois assustadora. Ela sempre sentiu sozinha. Não, não era triste. Era o que a fazia feliz. Mas esse era sem controle, gostava tanto que já não cabia mais nela, era preciso dividir. E precisava ser ele, porque pra ele precisava ser ela.

[Carolina Assis]

O mundo pode continuar feio que eu vou continuar sentindo coisas bonitas.

Respiro porque gosto de me sentir viva.
Alguns respiram apenas para manter sobrevivencia.
Respiro profundamente para poder acalmar algumas vontades violentas.
Outros para avisar que estão enraivecidos.
Respiro porque há em mim desejo de pureza.
Outros porque não podem não o fazer.
Respiro porque gosto do ato em si e da vivência. Porque posso atribuir ao meu ato involuntário uma vontade de vida a minha existência.
Existência que pode ou não ser necessária a todos. Acredito que não seja. Por isso vivo para mim. Posso viver a cada dia me arrumando para que eu goste do resultado, me tornando algo em que eu me admire.
Posso olhar para frente e ver meu caminho, caminho este que muitos podem ter traçado, ou posso olhar para dentro e criar meu propio.
Não me importo em sorrir sozinha quando não há ninguém sorrindo para mim. Eu estou. Gosto de sorrir para o céu, sempre acredito que há muitas coisas lá reservadas para mim para que eu possa sorrir.
Admiro minha alegria e desejo de mim mesma. Possuo fome insaciável de me ver realizada. E acredito que nunca poderei satisfazer-la.
E se quer saber, prefiro assim.

- Egoismo?
- Não, amor propio.
Cara sarcastica dele. Sorriso meu.

[Carolina Assis]

Tudo é relativo, quando te fazer feliz me faz feliz...

Nunca entendi bem onde isso tudo me levaria. Parte de mim, grande parte, dizia a um lugar distante do que me encontro, e a outra dizia que era um próximo. mas em nenhuma deles você me acompanhava. Sempre soube que Deus me mandará um professor em forma de amor - uma forma linda, na minha opinião - e professores não ficam para sempre. Apenas seus ensinamentos. Passei boa parte de nosso tempo te dizendo o quanto aprendi com você, o quanto cresci, o quando fiz da minha vida algo me orgulha imensamente. Você achava graça sempre que lhe dizia isso, alias, comigo você sempre achou graça de tudo, e eu ria de seu sorriso. Ah, seu sorriso... Amo tanto seu sorriso que o fiz minha sentença, andei suportando coisas que iam alem da minha capacidade de força, o vento que antes trazia seu perfume, por um tempo veio carregando o seu misturado com o dela. Simplesmente aceitei. Não que eu tivesse escolha, a verdade é que preciso de você sorrindo, sozinho, acompanhado... Com qualquer compania. Preciso também da sua. Sempre precisei. Preciso do seus telefonemas perguntando meu dia e minhas saídas, preciso desabafar para a pessoa que mais confio no mundo, e ouvir você dizer que tudo ia ficar bem. Adoro quando me diz isso. Sempre acredito. Acredito também que de todo o amor que eu tenho, metade foi você que me deu, sua presença constante em todos os minutos do meu dia fez com que eu deixasse esse amor crescer a cada dia mais. Gostaria que soubesse que já não me importo se isso nunca for como desejo. Há muito tempo aprendi a desejar apenas você. Da maneira que fosse. Até suas ausências de curto prazo me ensinaram. Pude perceber como seu ser feliz sem você e sobreviver sem sua presença. Foi uma da lições mais difíceis de se aprender, e hoje agradeço. E me alegro imensamente em saber que minha vida é parte da sua, que nos seus momentos mais importantes eu estive junto, porque você quis que eu estivesse, e isso é o que sempre me fará lutar por sua alegria. E se um dia eu não ser mais seu motivo de sorrisos, ficarei longe, mas sempre esperando para cuidar de você. Não tente entender, é que você já faz parte de mim.

[Carolina Assis]

Há quem fale em séculos......Eu só penso no minuto que passa .

A gente passa a vida inteira se perguntando quem somos, e ignorando o fato de que podemos ser qualquer coisa que quisermos. O desejo de escolha por ser algo, é atribuído ao nosso corpo desde quando choramos pela primeira vez, desde que soltamos ao mundo nosso grito de chegada, e passamos os retos dos dias procurando novas maneiras de se fazer isso. De gritar e avisar o quanto vivemos e queremos um lugar. Lugar esse que se encontra totalmente inserido em nós. Embora, possivelmente poucas pessoas sejam capazes de notar tal estabelicento, o restante luta todos os minutos por outros lugares. Na vida de alguém, em um campo ocupacional, em uma fileira de cinema. Deixamos nos dominar pelo auto conhecimento que se estabelece através de coordenadas de onde nos encontramos. Estou aqui, por isso, sou o que sou. Não. A realidade esta tão perto. Se encontra tão ao nosso alcance. Toquemos nossas mão e somos capazes de sentir nossa real moradia. Nosso desejo de ser o que somos independente de onde estamos. Somos aquilo que nossas atitudes frequentes nos mostram. Somos aquilo que sentimos, aquilo que amamos. Somos tudo que somos capaz de sonhar em ser.
Toquemos novamente nossas mãos, para sentirmos toda a capacidade de escolha do ser.
Nosso lugar.

[Carolina Assis]

A gente tem o direito de deixar o barco correr...

A sacada daquele lugar é o que mais me dava vida. Fazia me pensar de forma irreverente, sentia-me forçada a isso, era quase inevitável.
Não, era realmente inevitável. O vento me fazia vibrar por dentro, sentia-me como se pudesse ser capaz de tudo, que nao importasse o porque, que o vento me traria o que eu precisasse. Fechei os olhos e senti. Foi tudo que pude fazer. Abri, precisava ver o que o vento me trazia. As árvores de frente a meus olhos purificam minha visão e meu ar, podia sentir o gosto da manha respirando aquela frescura das primeiras horas do dia. Podia ouvir pássaros, e por mais cafonas que achem, era o que me faz me sentir liberta. Poderia, se não fosse meus inseparáveis terríveis adoráveis fones de ouvido. Só me dava conta das contradições quando mudava de musica. Sentia a liberdade de todos os lados, no físico, no visual, no cheiro, mas meus ouvidos me tragavam para dentro das lembranças, para meu tipo de prisão memorial, para as musicas que me traziam coisas que eu mesma havia deixado para traz. Dessa vez não era o vento. Nunca pude entender essa mania de lembranças. Não esqueço nada, principalmente as pessoas, elas são minhas para sempre, mesmo que tenha sido eu que tivesse ido embora. E quanto mais embora ia, mas pedia para ficar. A vontade de ser muitas e poder estar em tudo dominava cada célula do meu corpo. Respirei fundo e olhei para frente, para a imensidão verde que um dia sentiria falta.
Restava me poucos dias naqueles lugar. Podia sentir o fim.
Pude sentir outra parte se despregando de mim.
Para sempre.
Nesse ritmo acabaria em pedaços.

[Carolina Assis]

É que amor não passa. Muda de direção.

Deseja as vezes poder tirar aquele sentimento, que sabia como dominar cada célula do meu corpo, cada molécula do meu ser, cada pedaço de vida que existia em mim. As vezes queria tira-lo com violência. Um peso que invadia minha alma, meu peito, todos meus sentidos. Tentei, confesso que sem muita força, mas tentei, não adiantou, não conseguia livrar-me dele, era como se o mundo conspirasse para que eu respirasse sempre pela metade. Sentia como se de mim saísse todo fluxo que me dava vida, a cada vez que quem saia era você. E nessas vezes eu sorria, como quem sorri quando já não há mais nada o que perder. Vinha chuva, que não me deixava triste, porque triste mesmo era te ter e não possuir. Brinco sempre, não é meu, mas me pertence. Contudo, era necessário a vista, ver te e suportar aqueles intermináveis minutos que se passavam enquanto falávamos ou enquanto via-o, inspiração. Fazia oxigênio entrarem em meus pulmões, e assim tudo que me rodeia começar a falar de você. As musicas te descreviam, os livros contavam nossa historia, os filmes falavam de você. Via a imaginação tomar conta da unica parte racional que podia trazer comigo. É que amores que não se vingam por completo tem urgências que o cotidiano não contempla. Podia ficar aqui descrevendo cada coisa que sinto só por sentir. O coração fica pesado, talvez porque você o habite, e ser desse seu jeito tão grande. Confundia me nas noites desesperadas, não sabia mais se queria arrancar esse peso do meu coração, ou ele todo. Acho que só quis leveza. no meu peito atormentado. Sem cura. Sem remédio. Sem absolvição, talvez sem volta. Confusos, com o turbilhão de sentimentos que se encontram aqui, indecisos entre espera e alegria. Violência e doçura. Seduzidos pela necessidade de historia e impaciente pela inquietação de ausências. E ausência com amor é analogia de catástrofe. E o tempo é usado para dar um fim ao amor. Que contradizendo as expectativas, multiplica-se. Como células de um câncer. Até causa-lhe a morte de quem sente.

- Carolina...
- Não, você não é obrigado a sentir o mesmo.
Assim como não sou obrigada a te amar para sempre.
Sempre gostei da expressão de espanto dele.

[Carolina Assis]

Meu silêncio é o grito mais alto que alguém já deu.

Nunca consigo começar um texto com a mesma facilidade que o termino.
Esse em especial me fez pensar muito, e achei uma boa maneira de iniciar dizendo como foi difícil fazer isso. Provavelmente porque isto é um conjunto de palavras que venho acumulando em mim nos últimos tempos. Palavras que pedem para explodirem, e explosões não são previsíveis.
As minhas ao menos não.
Usarei de fato a metalinguagem para dizer algo que já esta dito dentro de mim, embora ande me ignorando, calada.
Nunca me viram calada, alias, acho engraçado o modo como dizem que nunca me calo. E tem razão. Por hora, o silencio de que falo é interno, ando calada comigo mesma, quase não me ouço. Não me questiono, não indago. Eu mal penso. Porque pensar traz duvidas, e estas trazem perguntas, e ando calada.
Toda pergunta precisa de respostas, mas respostas não acompanham silêncios.
Sinto necessecidade desde já de um um final, o que me torna tola. Acontece que não sei como terminará, assim como desconheço essa vontade de esboçar logo um fim. Desconheço por não me pertencer, por fazer parte do inotavel dentro de mim.
Desculpe me pela minha ignorância sobre gritos abafados pelo meu peito, mas inevitavelmente são eles que me fazem escrever tais palavras soltas, para que meu vocabulário vago se gaste e dessa forma faça com que eu esvazie essa multidão insana que tenta fugir de mim.
Não creio que faça algum sentido o que escrevi, nem sou tomada pela vontade alguma de entender. Trago comigo essa duvida, para que possa impulsionar outras no meu ser. Eu disse que desconhecia o fim, e digo agora que este não existe.
As coisas na vida são ciclos, elas não morrem verdadeiramente, não enquanto algo que estiver vivo lembrar-se delas.
Posso até ouvir meu silencio, nesse momento.

[Carolina Assis]

E tem sido você, e vai continuar sendo você.

Cheguei a achar ridículo o modo como meu peito parecia despertar com o som do seu pensamento. Sim, pensamento.E já fazia tanto tempo... Meu músculo cardíaco ainda aumenta o trabalho por uma leve lembrança, por um plano bobo, que seja. Repito: Já faz tanto tempo. Parte de mim admitia que isso nunca passaria, enquanto eu sentia essa mesma parte implorando para que eu continue a me permitir. Permitir... Sorri ao pensar nisso, pude ver o quanto era real minha decisão de me deixar dominar todos os minutos esse amor aquela pessoa desprezível. Sorri novamente. Sempre o chamei assim, lembrei me da primeira vez, ele ouviu, sorriu e segurou minhas mãos, pude sentir minhas entranhas serem esmagados por aquele pequeno e macio toque, pude jurar que ele era capaz de ouvir o meu tambor peitoral que parecia a qualquer momento sair pela minha boca. Boca esta que permaneceu calada, sem moral alguma para dizer algo, não sabendo o que se passava dentro do corpo que a tinha. Enjoo não era a palavra certa, e te juro,não costumava comer borboletas. Borboletinhas ingênuas e benquistas que tinha a impressão que ficariam ali pela eternidade. Aquele carnaval interno era tão rotineiro, quase poderia me acostumar. Qualquer coisa em fazia vibrar, sem ao menos possuir motivos descentes. Provavelmente nunca os terei, nunca fui atrás deles, no entanto. Sua existência sempre me bastou, ainda basta. Posso sentir esse amor fluindo todas as vezes que pronuncio seu nome, mesmo irritada, porque me lembro da maneira doce como você pronuncia o meu. Mesmo irritado. Seu sorriso combinava com as minhas bochechas vermelhas, assim como minha cintura combinava com suas mãos. Era a coisa mais estranha do mundo, e eu amava isso.

[Carolina Assis]

Deus é alegria. Uma criança é alegria...

Nunca gostei de crianças, mas sempre me considerei uma.
Até certa idade, eu de fato era, mas pode-se dizer que há alguns anos estou um pouco acima dessa fase. Um pouco.
Embora, a criança de que falo, é a minha interna. É a garotinha que nunca cresce dentro de mim, que me faz rir de bobagens, e correr atrás de borboletas. Porque eu corro atrás de borboletas, e tenho um imenso orgulho disso. Não importa o lugar, quem esta perto, quem não esta, essa atitude me domina. Nunca parei ao certo para pensar o motivo que me levava a isso, talvez nem haja um motivo concreto. Talvez haja mas não me interesse saber. Apenas sei que é ela quem me faz tomar essa atitude, e que sempre a terei aqui dentro.

[Carolina Assis]

Amor Calado

Percebi que aquele era um amor diferente de todos desde a primeira vez que deparei-me com eles. É amizade, cumplicidade, as vezes ódio, muitas vezes raiva, mas de um lado ou de outro é sempre amor. Eles nunca vêem isso, talvez nunca cheguem a ver. Para ser sincero, admiro-os, pela força de conseguir unir todas essas coisas em um companheirismo que melhores amigas de escolas não teriam. Se vêem quase todos os dias, os sorrisos irradiam quando se encontram, é tão espontâneo, que só depois de notarem que sorriem um para o outro só pelos simples fatos de estarem juntos, fecham a cara e começam a se enfrentar. Os confrontos diários não são espontâneos, mais forçados. Percebi também que as vezes ficavam cansados um do outro. Gostam demais de tudo, e deles mesmo, muitas vezes precisam de tempo. Se afastam com pretesto de brigas, uma discussão mais acirrada ali, outra grosseria aqui, e surgia um afastamento de dois longos dias sem se falarem. É o máximo. Viviam separados, mas na essência sempre juntos. Passam por coisas, pequenas, e as vezes inúteis, mas guardam dentro de si, para quando chegasse o momento da reconciliação, poderem dividir um com o outro. Dois dias, e pronto, estão preparados para retomar aquela aliança que o destino uniu. Nunca acreditei em destino, mas eles continuam juntos, mesmo fazendo de tudo para se separarem. Se isso não é destino o que mais pode ser? É fantástico o tamanho entendimento que tem sobre cada um. A preocupação por traz daquelas palavras duras, a ternura que tentam esconder, mas que é vista nos olhares dos dois. Sempre achei que eles conversam mais com olhares, por isso nunca soube de ninguém que conseguiu entende-los. Reparei também que fecham os olhos quando se abraçam ou se tocam, e isso quer dizer alguma coisa, acredito. Tenho a humilde teoria também, de que eles sabem de toda essa mágica, que se esconde por trás daqueles encontros furtivos e daquelas risadas esnobes. Acho que continuarei observa-los, porque gosto de vê-los se descobrirem todos os dias. E se olharem... Porque olhando um ao outro não era preciso traduzir mais nada do que sentiam. Mais nada...

[Carolina Assis]

É você, já basta.

Em todos esses meses, não pude encontrar nenhuma musica, frase, ou até mesmo palavras que nos descrevesse. Eu mesma juntei fragmentos de textos, livros, citações, mas nunca formei nada a altura que pudesse levar nosso nome. Hoje encontrei um que disse coisas que sempre me faltaram encontrar, um único texto médio que pode me ajudar entender o muito que sou eu e você. Mas, que fique bem claro, essas palavras pouco dizem ainda sobre tudo, sobre nós, e fico feliz em notar que nada nesse mundo tenha sido igual. Fico feliz em saber que nossa historia é única, assim como nós.

[Carolina Assis]

Por que borboletas? Duram tão pouco.

Mas a flor esqueceu de dizer que as borboletas vivem tão pouco.
Ela suportou larvas em momentos de todos os dias, momentos terríveis, dolorosos, que pareciam não acabar nunca. E acabavam.
E vinham aquelas maravilhosas criaturinhas.
Passou o resto dos dias com lindas borboletas a visitando...
Mas elas sempre iam embora.
Cedo demais, simplesmente sumiam, e não voltavam.
E a flor suportava mais larvas, porque as queria de volta, mesmo sendo outras.
Eu fui a flor por muito tempo, e ainda sou.
Orgulho-me disso, dessa insistência, desse tempo percorrido, dessas cicatrizes criadas pelas minhas larvas preferidas, dessas finalidades... Esse final que nunca chega.
Mas é assim mesmo, na vida todo final é sempre um recomeço. Odeio finais, amo começar, e recomeçar, e começar de novo.
Por isso para mim, final é começo. E Fim. E começo...
E borboletas, e larvas, e borboletas... e esperança, de que um dia elas se tornam resistentes e passem a viver mais, para mim, e diante de meus olhos.
As do estômago andam me enjoando.

[Carolina Assis]

Estou sendo alegre neste instante......por isso me recuso a ser vencida. Então amo como resposta.

Procuro em tudo que me rodeia, você. Ou algo que leve um pedaço seu.
Não por melancolia ou saudade, mas por sobrevivencia.
Não me lembro a ultima vez que não me importei, não sou capaz de lembrar quando deixei de viver para mim, e passei a vive em nome de tudo que amo.
Em seu nome também.
Não recordo, tão pouco, como é sentir o coração estável.
O meu nunca fora. Não depois de você.
Agora, minha vida é uma montanha russa constante. As descidas e voltas, eu diria que são os momentos que estou contigo. O caminho plano é quando esta ausente. Mas mesmo nesses momentos meu coração fica agitado, porque na montanha russa, você sabe que a qualquer momento pode haver uma descida brusca. Com você funciona exatamente igual.
Você sempre aparece. Mais cedo ou mais tarde.
Então ele fica assim, inquieto. Fazendo-me ter excesso de adrenalina no sangue todos os dias.
Excesso de você. Uma excesso que meu corpo já não sabe ficar sem.
Um excesso que faz parte dele.
Um excesso que se tornou ele todo.

[Carolina Assis]

Não esqueça que até o que acaba não tem fim...

Fica mais fácil acreditar nas coisas quando elas não existem mais.
No meu caso, nunca existiram.
Passei meses lutando contra a realidade, para acreditar no que me fazia bem.
Era ilusão.
Não daquelas acompanhadas de decepções. Estas nunca vieram.
Acordei antes.
Sempre acordo antes.
Aprendi acordar antes por costumes, por odiar finais.
Até mesmo os felizes.
Era uma final de qualquer maneira. Acabava.
Com felicidade ou não. Tinha um fim. Um ponto final.
Por isso luto contra esse tipo de pontuação,
e adoto as reticencias como companheiras.
Valorizo o meio feliz, um começo inesquecivel,
e o que vim depois, eu deixo para ele. Para o depois.
Afinal, depois que se acorda, é quase impossivel voltar para o mesmo sonho.
E assim termina. Sem final.
Apenas reticencias...

[Carolina Assis]

Do amores que não vingaram..

Esperei a por muito tempo. Talvez tempo demais.
Cheguei a desistir muitas vezes, mas voltei atrás em todas elas.
Até que resolvi não esperar mais... Passei a procura-la.
Perdida em rosto desconhecidos estaria ela, esperando por mim.
Como eu a esperei.
Quando a encontrei, deparei-me com um rosto que não esperava nada.
Que já tinha tido algo, que a tinha feito ter medo da espera.
Quem voltou a esperar fui eu.
Passei pela vida da minha garota, esperando que me notasse.
Mas outros já haviam passado antes. O estrago estava feito.
Esperei-a, procurei-a, encontrei-a, e agora?
Agora, esperar de novo, é o que me resta a fazer.

[Carolina Assis]

Esquecer você todo dia um pouco para vida...

No fundo ela sempre soube que acabaria. O ponto final viria mais cedo ou mais tarde. O que ela não sabia era que ela mesma teria que fazer isso.
Ele gostava das virgulas, mas ela sempre preferiu parágrafos. Nunca se deu muito bem com pontuação.
Tinha que ser naquele momento, ela não teria outra oportunidade. Seu coração não a daria outra oportunidade. Vendo-o ali tão perto dela, que podia sentir seu cheiro, tão perto que podia ouvir sua respiração, ver as cores de seu rosto. Ela tentava tomar a decisão, e não pensar muito que era a ultima vez, caso contrario, desejaria que esse dia nunca terminasse, e ela precisava voltar para a casa.
Então resolveu não pensar, só escrevia, enquanto ele, sem saber de nada a olhava.
Mesmo se quisesse ela nunca entenderia o porque havia fugido tanto de seus princípios ao insistir em um cara como ele. Cara como eles não devem ser causas para se lutar. Caras como ele não valiam a pena. E mesmo assim ela lutou, por um tempo tão longo que já não via sentido no que fazia, ela apenas fazia.
Ela sorriu. Depois sorriu de novo, porque sorrir agora, lhe parecia estranho, até mesmo insano.
Ele também sorria, achava que ela estava sorrindo para ele, enquanto ele fazia as mesmas graças se sempre, subia em árvores, pulava, parecendo uma criança. A criança dela.
Ele sorria.
Não podia não o fazer. Ela continuava La onde sempre esteve , por ele. Mas agora, decidindo deixa-lo, mas isso ele não sabia, nunca foi bom em ler expressões.
Ela que sempre lutou para que não tivesse um fim, hoje lutava para forma-lo. Ela que formaria o fim. Não ele. Ela.
Talvez ele nunca fosse capaz de fato fazer isso. Talvez não sentisse nada mesmo, ou sentisse muito. Ou só fosse algo muito diferente e louco para ele pensar a respeito e procurar entender. Ela só pensava nisso.
Por muito tempo só pensou nisso. Ela já havia partido outras vezes, mas sempre já pensando em voltar, porque gostava dele, apesar dos pesares. Talvez ele gostasse dela também, por isso não a deixava partir.
Ela se sentia melhor pensando assim, que ele não a deixava ir, por isso ela nunca foste realmente, o que se fosse verdade, ela nunca notaria, tamanha era sua vontade de ficar.
E ela sempre fazia suas vontades.

Continua,
Ou talvez acabe por aqui mesmo,
sem final.

[Carolina Assis]

Sorria, você existe!

Antes de abrir os olhos quando acordar, sorria.
Mesmo sem motivo aparente, sorria.
Pegue o habito.
Não, não se tornara um sorriso falso.
Se tornara fácil. Como de fato sempre foi.
Sorrir verdadeiramente, é fácil.
Olhe para o lado, procure algo que te traga sorrisos.
Não importa onde você esta, nem com quem, nem como,
Pelo menos um coisas que te faz sorrir estará te rodeando.
Mesmo que não o veja de primeira, procure-o.
Faça coisas simples de fazerem sorrir.
Uma flor, um abraço, uma obra... o céu.
Olhe para o céu, ele sempre me faz sorrir.
De dia pelas nuvens, tão ilimitadas,
que nos fazem se sentir assim também.
De noite pelas estrelas, que sempre estão La,
desde sempre. E eu sempre gostei de estrelas.
Goste você também.
Mas se não achar nada, procure dentro de você.
Uma lembrança, um rosto, uma musica...
Perceba que sorrir é mais fácil do que abrir os olhos
para as tristezas do mundo.
E que o seu sorriso provocara outros de quem esta a sua volta.
E assim gradativamente.

Sorria, Sorria para você mesmo.
Você merece um sorriso, por estar tentando.

Eu faço isso em todos os meus dias.

[Carolina Assis]

Não é desistir, é recomeçar.

Algumas dores são tão intensas que parecem eternas.
Pois não são. É como diz aquela frase, caia sete vezes, levante-se oito.
Não apenas oito, levante se sempre, saiba que você levantara sempre.
Pois levantara mais forte a cada vez que cair, e o que te derrubou antes, não derrubara de novo. Caia e conheça a causa de ter caído, assim aprendera a enfrentar tudo, sem precisar ir ao chão de novo. Tenha paciência, força e esperança. Saiba esperar o que esta por vim, tenha paciência, e quando vim, lute para ficar de pé, se cair, tenha força para se erguer, mas não levante achando que não cairá de novo, mas saiba que você sempre poderá se levantar, tenha esperança. Entenda que tudo vem até você com único propósito, te fazer crescer, interiormente e na vida. O que acontece conosco são frutos do que fizemos acontecer, o mundo é redondo, o que você joga ao vento, voltara para você. No caminho ocorrera mudanças, até mesmo de velocidade e intensidade, mas sempre será suportável. Os problemas estarão presente por toda sua vida, cabe a você decidir quem derrubara quem.

[Carolina Assis]

Ah, minha compreensão.

- Sorte que estou distraída.
- Ela não fez por mal.
- Ela gritou comigo, não sou nada dela para gritar comigo, nem a conheço.
- Ela fala alto, não acho que tenha gritado.
- E eu acho que você é calma demais.

A garota fechou a cara e me deu as costas. Parecia ter ficado ofendida com minha ‘ calma’. Em outros tempos eu que me ofenderia por sua atitude ríspida, mas apenas sorri. Sorri porque era engraçado como não havia ofendido ninguém, nem ideia alguma, mas compreensão incomoda, atitudes diferentes incomodam. Nunca fui igual a ela, mas talvez ela viesse ser um pouco do que sou. Compreensiva. Porque era apenas isso que eu era. Compreensiva, e não calma. A garota se enganara ao dizer que eu era calma, quem vive ao meu lado discordaria imediatamente. Já que agitação é o inverso de calmaria. E agitada era a palavra que usavam para me descrever, muitas vezes. Mas isso não me incomodava, pelo contrario, quem me descreveria como agitada, me conheceria o suficiente para ter notado meu gosto de ver o lado bom em tudo. Isso me ensinaram, a vida, e uma amiga. E hoje é um dos ensinamentos que levarei comigo por toda a vida, e para quem esta nela. Ver o lado bom das coisas, ou apenas ignorar os ruins. Isso me fazia não me incomodar com tão pouco, já que há tantas coisas realmente importantes para que eu realmente me importe. Porque no final, tudo acaba sempre se ajeitando, compreender as coisas, e aceitar com menos ferocidade, isenta você de dizer aquela frase que chega a ser dolorosa ‘ queria ter me importado menos com uma coisa tão medíocre’.

[Carolina Assis]

Eu apenas empresto meu coração, sempre o pedirei de volta.

As vezes a magia de se gostar de alguém, é não gostar tanto assim. Não se doar tanto, não sofrer com as esperas, nem com as partidas. Diz um filme que um relacionamento esta na mão de quem se importa menos. Mas se importar é uma das caracteristicas de alguém que ama, esperar, se doar, sofrer também. Porque o amor é isso, o amor é estar com quem gosta se importando com com esse alguém. Mas seria incrível se isso não fosse impossível. Estar com a pessoa e ser feliz, mas ter a certeza que a felicidade também estará presente, mesmo com a ausência dessa pessoa. Saber esperar, mas viver enquanto isso. Viver, e não sobreviver. Ser inteiro, entender que um ser humano já nasce com tudo para estar completo, que seus relacionamentos apenas o aperfeiçoam em determinados momentos da vida. Sorrir vendo outros sorrisos, e não apenas da pessoa amada. Mas nada disso é o que chamamos de amor.
Sempre fiz tudo isso. Dizem por ai que não amo ninguém, mas é só amor que respiro.

[Carolina Assis]

É preciso saber perder-se quando queremos aprender algo das coisas que nós próprios não somos.

Pudera eu, hoje, entender o quão era bom um chocolate quente. Mas agora até isso me deixa meio paranoica, quem dirá aliviar alguma dor.
A realidade é que nunca parei para pensar no que significava aquela caneca, e aquele beijo no joelho machucado, e percebi que isso era a razão de tudo, não pensar. Não se pensava em nada, só vivia.
Crianças vivem, não existem. Se apaixonam por tudo e por todos. Pela folha, pelo cachorrinho, pelo lacinho novo ou pela boneca da vizinha.
Eu nunca brinquei de bonecas, mas amavas os passarinhos. Eles cantavam para mim quando eu era mais nova, ou era nisso que eu acreditava.
Não me lembro da ultima vez que ouvi um passarinho cantar.
Acho que eles me esqueceram. Talvez eu tenha esquecido eles.
Não me lembro também da ultima vez que beijaram um machucado que fiz, muito embora eles estão longe demais dos outros, em uma parte que só eu consigo chegar. Isso me faz recordar que não esfolo o joelhos a muito tempo.
o que me leva a perceber que as coisas que me faziam viver naquela época, um tanto quanto recente, hoje não estão presentes. Hoje, meus joelho só tem as cicatrizes antigas, e meu choro, quando vem, não são por elas.
São pelas recentes.
Elas não estão no joelhos.
Mas me contento em saber que não sangro tão fácil, mas tenho feridas profundas que quase não lembro que existem, iguais as do joelhos, joguei purpurinas nelas, e continuo achando tudo muito bonito, até mesmo as cicatrizes.

[Carolina Assis]

Sobre a brincadeira de levar a vida a serio.

Dizem que quem não leva a vida a serio não chega a lugar algum. Pelo menos era o que meus pais diziam. Cresci vendo os adultos levarem a vida a serio demais. E diziam que isso era ser adulto, levar a vida a serio. Pensei nessas palavras durante anos, mas nunca as pratiquei. Nunca levei a vida a serio. Gostava de ter alegrias constantemente fazia parte de mim isso, gostava de gargalhadas no meio de conversas serias, abraços entre brigas, e brincadeiras em momentos de tensão. Os que levavam a vida a serio, não faziam isso, as brigas eram brigas, não havia carinhos nelas, nem poderia haver abraços. Conversas serias e decisivas não continham sorrisos. Particularmente sempre achei que adultos sorriam pouco. Eles só sorriam quando tinham motivos extremos. Para mim a necessidade de sorrir sempre foi uma excelente motivação. Motivava-me ainda mais saber que alguém sorria me vendo sorrir, eu sorriria de novo, e o circulo nunca se fecharia.
É, talvez eu nunca leve a vida a serio.
Mas prometo, continuar sorrindo.

[Carolina Assis]

Lutar é lindo, mas as vezes dizer adeus é mais.

Chega um momento em que já não se sabe a onde ir, por ter ficado muito tempo em um mesmo caminho. Em um mesmo rumo. E demora muito para perceber que essa direcção talvez não leve a lugar algum, talvez nem mesma exista, não realmente. Dentro de mim existiram muitas coisas sobre você, a maioria delas eu que as inventei. Sempre te idealizei. Exclui todos seus defeitos e paranoias, suas mania infantis e seus gestos que mostravam enormes falhas em seus carácter. Mais tarde descobri o que era carácter. Descobri também que o qual eu via em você, era apenas isso. Apenas eu vendo em você. De novo, apenas eu. Por muito tempo foi isso, e ainda é. A diferença são as escolhas, isso sempre soube. E agora escolho não escolher você. Escolho ver sua imagem como de fato ela é, e não a da minha mente fértil. Escolho sentir suas palavras com o tom que você as diz, e não como meus ouvidos apaixonados a transformam em melodia. Até mesmo quando grita. Escolho mudar de rumo pela primeira vez na vida desde que te conheci. Não substituir mais pessoas, para que você se sentisse seguro. Você nunca precisou de segurança. Eu precisei. Precisei de segurança e por muito tempo a tive. Mas isso eu também inventei. Via o que queria, mesmo a vida e a maior percentagens de conhecidos me mostrando o que era real. Nunca gostei de realidades, eu gostava era de você. E você nunca fora real. Seu cabelo Tao macio só era assim porque minhas mãos os desejava mais do que a qualquer outra coisa, seu cheiro tão bom era um perfume, que alias, outro dia senti em um garoto que passava na rua. Um perfume comum, não o melhor cheiro do mundo. Mas recuso-me a simplificar seus olhos, eles sim são reais da forma como os vejo.Mistérios, perdição, caminho sem volta. Sempre vi tudo isso neles, e agora entendo o porque. Talvez hoje, isso tudo faça algum sentido, um sentido real. O idealizado eu deixei para você. O você que eu sempre terei aqui dentro de mim.Mas por enquanto, irei trilhar outros caminhos, só para descobrir se você tem algum tipo de salvação. Se tiver, eu volto.Se não... Bem, idealizações nunca foram meu forte.

[Carolina Assis]

Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno.

Passo cada dia tentando arranjar uma razão para tudo isso. Para toda essa vida, ou como gosto de dizer, essa 'passagem' por esse planeta azul. E em todos esses dias consigo uma nova. Porque a verdade é que existem milhares de razoes para se viver e sorrir, e encontrar cada uma delas é o melhor jeito de de se fazer isso. As vezes são razoes absurdas, e essas são as que geralmente mais gostos. Trazem dor em algumas partes, mas não se ganha nada sem algum tipo de sofrimento, e aprender a ser feliz é a melhor forma de se sofrer - ao menos você saber que é tudo por uma causa maior. Outras vezes, minhas razoes são tolas, como qualquer ser humano, erro. E como qualquer garota adolescente persisto no erro, mas alego sempre não saber do que se trata. Ainda gosto de voltar atrás, nessa idade os problemas possuem resoluções fáceis, e para quase tudo sempre há uma ou mais saídas. Isso quase sempre serve de inspiração para algumas crenças, e atitudes impulsivas. Contudo acredito que muitas das minhas não foram tão impulsivas assim, tive tempo para pensar em cada detalhes de todas, esse tempo só não foi bem aproveitado. De qualquer forma, se minha idade não era contra ao que acreditava ou escolho acreditar, o mundo é. A visão pessimista de todos os indivíduos quase podem me derrubar. Quase. Minha razoes de sobrevivencia no meio desse caos, ainda é acreditar nas coisas belas que quase ninguém vê, e vê-las principalmente nessas pessoas. Porque a minha maior razão, é ter algo que me impulsione a creditar nas coisas, para assim acreditar na vida. E acreditando na vida, é a melhor maneira de ser feliz. Porque como sabemos, poucas pessoas acreditam na felicidade. Eu acredito.

[Carolina Assis]

No entando, para dizer a verdade, hoje em dia a razão e o amor quase nao andam juntos.

Queria um dia entender o porque te desejei de longe.
Quero poder saber o motivo que me levou a te querer
por perto depois de aprender a te desejar.
Quero inclusive, isso te perguntar.
Quero cada dia mais seus sorrisos.
e ser o motivo da maioria deles.
Quero arrancar as esperas do calendário.
Quero entender o tempo ao tempo
também quero que ele não demore.
Quero aprender a te esperar,
e que você espere eu aprender.
Quero o mundo nas minhas mãos,
não inteiro, apenas a parte que leva seu nome.
Quero as palavras que não são ditas,
quero os pensamentos mais profundos,
e os sentimentos que a mim pertencem.
Quero disfarçar as cicatrizes,
as fotografias que não tiramos,
a luta que desistimos.
Quero a fantasia de sempre,
o encanto rotineiro, que sempre se modificava.
Quero construir meus castelos,
e te chamar para morar neles.
Quero meu nome saindo de sua boca,
e seus braços vindo até mim.
Quero meu quarto com seu cheiro, e meu cheiro em você.
Quero começar de novo, mas que seja tudo igual.
Quero talvez um fim, mas que nunca termine verdadeiramente.
Quero poder acabar com isso antes
que seja tarde demais para minha sanidade.
Alias, quero a sanidade também.

[Carolina Assis]

Talvez um dia... Talvez outro!

Talvez uma dia eu resolva olhar para os lados, ou para algum lugar que você não esteja. Quem sabe algum dia eu queira estar em algum lugar que não seja ao seu lado. Quem sabe acorde preocupada apenas com o estado do meu cabelo e não em como te conquistar, que um dia eu vá dormir vazia novamente, e que eu possa controlar tudo que penso antes de dormir. Quem sabe eu possa ouvir 'Watch Over You' com o coração estável, ou ver um filme de amor sem nos imaginar no roteiro. Talvez passe um dia sem pensar em você, talvez pare de olhar as horas iguais e achar que você esta pensando em mim, só porque quando você me liga sempre com números iguais. Talvez um dia possa pegar no sono sem receber seu 'boa noite', e pare de querer te contar cada detalhe do meu dia, e esperar que você conte do seu. Quem sabe eu passe a andar na rua sem querer te encontrar, e que meu coração não salte pela boca quando eu saber que isso acontecera. Devagar e aos poucos... que eu possa ouvir outras vozes quando você esta em silencio, porque até o seu silencio para mim é muito barulhento, e que um dia eu pare de acha-lo assim também, que esse silencio se torne comum como os outros. Que um dia eu me torne uma assassina e passe a matar você sempre que seu rosto invadir meus pensamentos. Quem sabe um dia deixe de dizer seu nome a cada duas palavras - as vezes uma - que eu deixe de ir aos lugares que você pede, ou que passe a cor de esmalte que pediu. Talvez um dia eu eu não sinta minhas mãos esfriarem tão violentamente sempre que vejo seu nome na tela do meu celular, ou que eu deixe de fazer qualquer coisa para te ver quando pede. Um dia deixarei de ouvir sua voz mesmo estando longe, e o livro 'A noite o céu é perfeito' pare de falar de você. Talvez um dia todas minhas borboletas morram, meus sonhos me abandonem e as musicas me enjoem. Quem sabe eu até encontre um paraíso que não seja nos seus braços, e que eu volte acreditar que não há coisa melhor do andar com garotos, porque até isso você me tirou. Ah, e que tudo que você me tirou um dia volte para mim, que você devolva meu coração inteiro, e as cores do meu sorriso sozinho. Porque o desejo mesmo sem você. Desejo meus olhos brilhando sem os seus a cima deles, e que um dia passe por aquelas ruas sem lembrar de você. Quero que um dia eu pare completamente de te procurar em todo mundo, e de escrever sempre na esperança de você ler. Talvez um dia pare com essa obsessão por virgulas e reticencias, e os troque por pontos finais. Que eu tenha coragem de dizer 'Era uma vez' sem desejar um 'feliz para sempre' . Que um dia você entenda a gente e queira que eu te ouça, e talvez nesse dia eu tenha me acostumado com seu silencio. Que você saiba um dia, que tudo que fiz foi loucura, e que a minha maior loucura seja querer que tudo isso um dia morra. Junto com você dentro do meu peito. E se quer saber, nesse diz serei tão dura, tão insensível, tão fria, que terei pena de mim.

[Carolina Assis]

Pedidos para a semana... e para a vida!

A segunda sempre marca o começo da semana, e que dessa vez, marque o começo de uma nova era. Pelo menos para mim. Que eu encontre novas razões para escrever, e que elas falem de coisas bonitas, mesmo por outros motivos... Que encontre outros motivos, quando tudo falhe, mesmo se for preciso inventa-los. E principalmente, que o verbo escrever não venha ligado a sua imagem. Que minhas musicas sejam fáceis de escutar, e que lembrem momentos, e não pessoas... e não você. Que as borboletas só fiquem diante meus olhos e não no meu estômago. Que minha mãos gelem apenas com o ar condicionado que tanto odeio da minha sala de aula, e que ignore o aperto na garganta quando o celular apita. Que eu não espere o dia todo para você me dar vida, e que você não precise ir para me dar ar. Que os livros passem a me instruir e não apenas distrair meus sentimentos obsessivos. Que os rostos me lembrem beleza, e que eu procure deixar de procurar a sua em todos eles. Que as lembranças continuem me fazendo sorrir, mesmo quando tudo isso passar. E que eu sorria, quando você passar e não ficar. Que o tempo não seja devorador, mas sim curandeiro, e apenas passageiro. E que ele passe junto comigo, sem pressa. Que o vento me trague coisas novas, e que não seja forte o suficiente para levar as antigas. E que a brisa da minha sacada, sempre traga-me perfumes diferentes, para meus sentidos se acostumarem com a diferença. Que o silencio não fale de você, que o barulho fale de mim. Que tudo se ajeite, e que o jeito seja o meu. Pelo menos dessa vez. Que a lua continue brilhando e o mundo sorrindo, que meu chão seja de estrelas, e o céu colorido. Que as perguntas sejam respondidas sem precisa de uma resposta, apenas provas. Que não haja motivos para pensar em desistir, e que se houver, que eu possa muda-los, lembrando que sempre consegui as coisas a quais lutei. E que no fundo, você seja um delas. Ou que mais tarde eu não queira que você seja. Mais tarde, porque hoje ainda é segunda. Mas... quem sabe na sexta.

[Carolina Assis]

Invertidas - Part II

(...) No fundo ela queria parar de escolher, ela queria ser escolhida.
É, ele a escolheu. Não era ele que ela desejava. Mas as coisas mudaram quando ele notou isso. Mudou para ela, para ele, para os dois. Para seu egoísmo. Ela já não o tinha sempre. Ele escolhia quando ela podia te-lo.
Ele parou de escolher, ela já não o tinha mais.
Ele aprendeu a jogar o jogo dela, ela já não era a única que queria ganhar.
Ele também queria, ele a queria. E principalmente, ele queria que ela o quisesse.
Ela não.
Mas era o seu jogo, e ela estava perdendo. Ela não sabia as regras, nunca tinha as usado. Quando se joga sabendo que só voce podera ser o vencedor, voce não se preocupa como chegar La, voce sabe que chegara de qualquer maneira. Talvez nem houvesse regras.
Ele as inventou. Ele a conhecia, sabia como agir para que ela aprendesse a desejar. Ela estava aprendendo, mas não queria. Talvez fosse necessário, ela já não queria pensar nisso.
Tudo a fazia pensar nisso.
Ela havia sido escolhida pela primeira vez.
Não era isso que ela desejava no fundo?
Não, talvez não.Talvez.

[Carolina Assis]

Invertidas - Part I

Ela queria o fim,
mas tinha medo do novo começo.
Ela não prestava,
pelo menos não seu coração (...)

Nunca tinham feito isso consigo. Era ela que sempre fazia com eles. Bom, as coisas haviam se invertido. Essa era a primeira vez.
Talvez ela merecesse, coisa em que acreditava. Talvez ela só precisasse conhecer a sensação que despertava em todos, viver essa experiência. E talvez ao fosse nada disso.
No começo foi egoísta, ela sempre foi egoísta. Não com coisas, mas com pessoas. Ela gostava que fossem dela. E essa atitude era especificamente dirigida ao sexo masculino. Não se importava com o que eles sentiam. Gostava de vê-los sofrerem por garotas. Amava, quando a garota era ela. E esse tipo de coisa, só muda quando se conhece alguém... diferente.
Ele queria conhece-la, ele a queria. Mas ele era diferente. Ele prestava. Não merecia.
Ela sabia. Não se importou.
Ela precisava dele – não como precisava dos outros, isso também era... diferente – precisava daqueles contato, daquelas conversas sem fim, daquele sorriso despreocupado, não importasse o dia em que ele se encontrava, ele sempre sorria. Ela precisava continuar contando suas angustias e idéias, ela precisava que ele continuasse desejar ouvir, se importando. Ela precisava que ele continuasse se apaixonando por ela.
Ela não o queria. Não da maneira como ele iria gostar. Seu egoísmo entrava nessa parte da historia, ela tinha medo de machuca-lo, mas era só isso. Ela gostava de ver ele a olhando como se fosse a única garota do mundo. Quem não gostaria de algo assim?
O medo mesmo só vinha quando ela pensava como ele ficaria depois que ela se fosse. E ela iria um dia. E depois esse medo ia embora tão rapido quanto veio. Ela jogava, e ele era uma nova partida. Mas ele cuidava dela, como o alguém que ela realmente queria, já não fazia mais.O medo de machuca-lo sempre a acompanhava, porque sempre estava presente com ele o medo de perde-lo. E de novo a atitude egoísta.
Quis desistir. Se era por não faze-lo sofrer, ou para ela não sofrer. Ela não sabia. Tentava mudar, as vezes. Quase nunca. O tempo suficiente para sua consciência ficar leve – não que ela achasse que tivesse uma (...)
Continua

[Carolina Assis]

Ah, isso chega a dar raiva...

É ele que voce quer nao é?
Foi ele o tempo todo, só ele.
Pois toma, leva.
Já nao o quero mais.
Ele nao me obedece. Nunca me obedeceu.
Talvez ele nunca tenha me pertencido...
Desde o começo,
Desde o começo era teu.

[Carolina Assis]

"É... parece que será nós dois até o final"

E já não importava grande coisa o passado, de uma forma ou de outra eu sabia que sempre te teria comigo. As vezes perto demais para ser saudável. E outras longe demais para ser alegre ou festivo. Me disseram uma vez, ou talvez eu tenha lido em um desses textos românticos que prendem a atenção de pessoas com os corações ocupados, que quando o passado é o único motivo que junta duas pessoas, não há um futuro. Eu pensei na gente. Não como passado, muito menos com um futuro. Eu pensei no presente. No modo como você esta presente em mim, e eu em você. E de alguma forma eu descobri que eu sempre saberia disso, que enquanto você vivesse em mim, eu viveria em você. Eu estaria lá para te segurar, com meu modo grosseiro e sarcástico - ah meus pais, sempre tentaram me mudar nisso - mas eu estaria la, eu estou lá. Aqui, com você, a todo momento que precisar. Não por te amar, talvez eu já nem sinta algo Tão intenso. Talvez nunca tenha sentido. Mas não consigo ver o que me fez sorrir toa intensamente por tanto tempo, querendo chorar. É como uma obrigação estar lá por você, com você. Agora entende? Eu nunca quis isso, nunca quis que você precisasse de mim, nem que eu precisasse que você precisasse de mim. Eu só queria te fazer feliz, o tempo todo isso foi a coisa que eu mais desejei. E me contentei em fazer isso de longe. Mas olha como a vida é, é justamente por isso, que nós estamos tão perto. De novo. É, parece que será nós dois até o final.

[Carolina Assis]
Eu ainda consigo achar engraçado o modo como fico feliz e absurdamente alegre quando as coisas estão dando errado. Sim, porque são nesses momentos que eu preciso me esforçar para ter felicidade constante, são nesses momentos que as coisas simples passam a ter mais graça, e serem indiscutivelmente adoráveis. Porque nesse momentos faz-se de tudo para estar bem, para se distrair, para sorrir. E, felizmente, sempre fui muito eficiente nessas funções. O que ainda me tira do sério é como enjoou das coisas estarem todas certas. Há a falta de emoções grandes, há a falta de esforços para um sorriso. E este fica comum. E felicidade não é algo comum. É algo sempre novo, cheio de motivos e motivações. E assim, quando as coisas estão confortáveis, nos lugares certos, fico a procura de algo maior, algo que não esta ao meu alcance, algo que eu sei que necessitara de esforços para conseguir. E até, talvez, algum tipo de sofrimento. Qual quer coisa para terminar com o tédio. E quando eu consigo? Ah, as coisas começam de novo. E é assim, sempre um ciclo.

(...)
-Por que?
- Sempre tive uma queda por causas perdidas.
- Hum... _
- Não existe um motivo. Nem sei o porquê disso.
- Masoquismo?
[ Silêncio, meu e dela]

Carolina Assis

Aos 16...

Aos 16 descobri que eu gostaria de me congelar nessa idade. Descobri que já não tenho mais jeito, que serei sempre essa criança, assim, desse jeito. Constatei que mentalmente eu devo ter uns 65 anos e alguns meses, e a maior parte do tempo uns 9. Aos 16 descobri que estavam certos os que me diziam que eu era demasiadamente inocente para viver em um mundo como o meu, que era errado eu acreditar em todos e achar tudo bonito demais, e que mesmo descobrindo isso, eu continuo a não me importar. Aos 16 eu sou mais critica, e aprendi a separar o que realmente gosto, e o que é bom. Devo estar mais racional, mas ainda me recuso a perder as esperanças. Aos 16 acho que não vivi nada perto do que eu tenho em mente, mesmo sabendo que garotas de 16 anos não costumam passar por tanta coisa. Aos 16 mudei muitas coisas, mas continuo tendo as mesmas manias, continuo sendo quem sou, sendo o que eu gosto.

Sou musica, e isso já me torna muitas. Sou rock na maioria do tempo, sou pop quando estou triste, sou sertanejo com os amigos, sou MPB com meus pais, sou musica clássica quando estudo. Sou livros, sou apostilas, sou textos educativos, e filosofia. Sou filmes que me fazem rir, e que no final me fazem chorar, sou filme que professores mandam assistir, e que percebo que são melhores que os de maiores bilheterias, sou poesia desconhecidas, e versos decorados. Sou sorvete no frio, sou vento no verão, sou abraços apertados e Harry Potter em qualquer época do ano. Sou amor, respostas secas e sarcásticas, sou sorrisos travessos e olhares sinceros. Sou amores elevados ao infinito sem limite e desapegos, gestos carinhosos e conversas divertidas. Sou Nietzsche, Machado de Assis, Jesus Cristo, Clarice, Caio Fernando, Renato Russo, Charlie Brown Jr. , J.K. Rowling.
Sou uma chácara com os amigos, sou conversa na fogueira, sou doideira, sou violão em roda, sou conselhos femininos, sou piadas masculinas. Sou inquieta, impaciente, ansiosa, sou apaixonada, sou meu creme de pentear, sou o cheiro do meu amor, sou o sorriso da minha melhor amiga, sou o colo dos meus pais. Sou o eufemismo de mim mesma quando estou com ele, sou o exagerado de mim com ela, sou cada dia uma musica para todos. Sou sagitariana, sou cristã, sou adolescente, sou criança, sou inofensiva e sou palavras que ferem. Sou atitudes impulsivas, sou palavras pensadas, sou sua estrela.
Aos 16 continuo indecisa, mas sempre quero algo que substitua as opções. É. Ainda desejo ser atriz, escritora, espia, e as vezes um bruxa, daquelas boazinha. Continuo acreditando em magia, sonhos, amores eternos, pra sempre’s, fadas, e algumas outras coisas que me aparecem durante a noite. Em sonhos. Aos 16 ainda ouço musicas que existiam antes do meu nascimento, sigo lendo muito, nem sempre coisas úteis, ouvindo muita musica, nem sempre musicas consideradas musicas. Continuo vivendo nas coisas que gosto, no sorriso de quem eu gosto, continuo vivendo fora de mim, vivendo feliz, querendo cada vez mais estar assim, não só aos 16. Continuo distraída, irónica, desastrada, continuo Harry Potter, continuo amando a mesma pessoa, a cada dia mais, de todas as maneiras diferentes. Continuo preferindo o trajeto de viagem do que o local de chegada, continuo vendo desenhos em nuvens, acreditando no mundo.


Ainda continuo orando todos os dias, se apaixonando todos os dias pela mesma pessoa, e pela vida. Ainda adoro sombras, ventos, chuva com sol, e passar o dia todo de pijama. Iris, ainda é a minha musica favorita.
Aos 16 continuo me encantando com borboletas, chorando em filmes e rindo de tristezas. Ainda falando trocadilhos bestas, tendo medo de palhaços e amando historias em quadrinhos. Ainda sou dramática, fria, calculista, falante. Aos 16 ainda não gosto de sair muito, ainda danço sozinha no quarto, e incomodo os vizinhos com a musica alta. Ainda falo sozinha, odeio criança, e vivo de sorrisos. Aos 16 ainda prefiro Toddy a Nescau, não gosto de televisão, nem de compras. Já percebi que econtrei uma metade de mim, e que ela é uma amiga, e que hoje me faz falta imensa. Ainda não posso ver um balanço sem deseja-lo, continuo ter a preferência de andar com garotos, mesmo tendo as melhores amigas desse mundo. Ainda quero fazer a diferença na vida de alguém, ainda perdoo tudo sem me pedirem isso. Ainda acredito que a vida é uma só e o tempo curto demais para deixar de sorrir por um minuto. Ainda prefiro passar horas com um amigo no meu quarto do que dias em uma viagem sozinha. Aos 16 ainda só uso preto, mesmo todos falando que é um cor triste, e continuo respondendo que minha vida é alegre demais, algo tinha que equilibra-la. Preto ainda é minha cor preferida. Aos 16 não sangro tão fácil, mas tenho feridas profundas que quase não lembro que existem, joguei purpurinas nelas, e continuo achando tudo muito bonito, até as cicatrizes.


Ainda acho quarta feira o melhor dia, ainda odeio os domingos, ainda quero o amor da minha vida, por mais de uma vida. Ainda tenho cachos e os adoro, continuo amando fotografias. Aos 16 descobrir o quanto saudade dói, e que amizades verdadeiras existem, e a longas distancia. Descobri que sou forte, que consigo lutar pelo o que quero, e por quem amo. Descobri que posso sentir o carinho por quem nunca vi, e amar incondicionalmente quem tenho aqui comigo. Aos 16 descobri que um eu te amo verdadeiro nunca se desgasta por mais tempo e vezes que o fale. Ainda amo estrelas, e as sigo toda noite. Ainda fico extremamente feliz ao ver uma lua cheia, que chega a me dar vontade de chorar. Ainda continuo viciada em datas, em horas e em meu diário. Ainda tropeço mesmo sem salto, e ainda os odeio. Ainda amo minhas bandas internacionais, e que tem nomes que ninguém sabe escrever. Ainda acredito em astrologia, ainda tenho ataque de risos incontroláveis, e que ficam a cada dia pior, amo minhas mãos, odeio meus pés.


Aos 16 ainda me acostumo com os defeitos dos outros, ainda prefiro as pessoas com problemas mentais, eu ainda não tenho TPM, nunca tive cólica, e não tomo remédio para nada, nem quando fico doente. Ainda sou viciada em exercícios físicos, odeio ficar parada, e continuo chegando cansada na academia e saindo super disposta. Ainda espanto a tristeza com musicas altas, ainda me sinto incompleta, e vou sempre me sentir, enquanto ela morar lá, e eu aqui. Ainda acho que você também é parte do que me falta, e que não saberia viver sem me apaixonar por você todos os dias e sentir borboletas no meu estômago. Aos 16 desejo estar aos 20, 30, 40, e muitas outras décadas, feliz como fui e sou até agora, desejo estar com as mesmas pessoas que amo, e ganhar muitas outras novas. Aos 16 constato que fui uma criança em certos ponto avançada para a idade, para o que eu sabia, lia, e pensava, mas hoje, aos 16, faço questão de ser uma adolescente bem infantil. Do modo alegre de ser, claro.

[Carolina Assis]

O meu amor agora está perigoso...

Ela na verdade não sabia o que esperar dessa vez. Não sabia nem se deveria dar a chance de existir mais um vez. Ela não sabia. Seu coração sim. Como de costume ele a dominou pelo prazer que saberia que iria receber. Ela nunca o controlou, nem ele, nem seu coração. Ela não era controlada, mas preferia ser. Você sabe, ela sempre foi indecisa. Ela decidiu, decidiu sabendo de tudo, tendo vivendo tudo. Decidiu mesmo com a possibilidade de se repetir, de acabar um dia, mas talvez um dia perto demais. Sempre era algum dia perto demais. mas sempre voltava, um dia também perto demais. Aquilo a dominava, a adrenalina mexia com ela de forma exagerada, que nem as borboletas no estômago eram pareis. Dessa vez a essência foi a mesma, a magia, os sorriso, os contatos, até mesmos aquele encanto. Aquele que nunca se perdia enquanto estavam juntos, que nunca se perderia. Disso ela sabia. Faziam parte um do outro, e nisso as coisas haviam mudado, vinham mudando com o passar do tempo, isso aumentava. Ele a conhecia agora. Ela sempre o conheceu. Ali com ele, sendo olhada daquele jeito que a fazia esquecer seu nome, ela soube que isso se repetiria sempre que ela quisesse. Não porque dominasse a situação, a situação a dominava, e ela havia escolhido ser sempre assim. Sempre seria. Não do amor, esse sempre a surpreendia. Era algo alem, algo que ela via em seu sorriso. E agora ela entendia que nunca se cansaria de ver aquele sorriso lindo naquele rosto duro, aquele que ela provocava com facilidade, aquele que ela nunca via quando estavam separados. Já não importava mais nada, naquele momento, era ele e ela. Como desde sempre vinha sendo. Ela sempre seria dele, ele sempre seria dela. Talvez não ele, talvez só seu sorriso mais sincero. Mas isso já bastava. E sempre seria assim, agora ela sabia. Tantas vezes esperou pelo fim, e ele nunca veio. Ela cansou de esperar. Pelo fim. Por ele, talvez ela nunca cansasse. Talvez. Você sabe, ela sempre foi indecisa.

[Carolina Assis]

Tão leve, que nem se nota...

Mesmo injusto, do modo como olhavam parecia calmo,
até mesmo belo.
Mas não era a beleza que conheciam, era diferente,
tanto para um, quanto para outro.
E é nisso que a beleza se encontrava, o encanto,
das diferenças, se tornarem tão iguais,
ao ponto de não poder mais separa-las.
E era isso que tentavam, separar,
E era nisso que erravam, em se parar.
Demorariam tempos para descobrir que esse tipo de coisa
não se separam.
E que era melhor assim, como era para ser, juntos.
Mas de tanto tentar, eles conseguiram.
Separação é algo, que a humanidade nao consegue evitar.
Um pena.

[Carolina Assis]
Gostava de ver o pôr de sol
gostava de ve-lo sozinha.
Até experimentar sua compania.
Agora talvez até ele perca a graça,
o vento que me acompanhava,
nunca me perguntou o que era que eu pensava
Sempre era voce que perguntava.

[Carolina Assis]

Algo está sempre por acontecer. O imprevisto me fascina.

Sempre achei mágica a arte de 'esperar'. E mágicos os que tinham paciência.
Eu nunca tive.
Gostava de me surpreender, de ter o que eu não estava esperando, o que era bem fácil, partindo do ponto de vista que eu nunca esperei nada. A verdade é que sempre levei a serio aquela historia de quem não se iludi, tão pouco não se decepciona.
Já tentei algumas coisas, já tentei ser como todos, já fiz teatrinhos na minha cabeça, diálogos feitos, já ensaiei o que faria, o que falaria, e até como me sentiria.
Patético.
Mas é que as vezes, não esperar nada chegava a ser impossível, quando se sabe que algo vai acontecer, fica fora de questão deixar de pensar como será. E é justamente o que pensamos, que nunca é. Aquilo me frustrava.
Ficará tão empolgada com o que eu tinha imaginado que seria, que quando acontecia, por mais perfeito que fosse, aos meus olhos era decepcionante.
Desisti.
Gostava de levar a vida na espera. Mas espera de surpresas.
Não imaginava nada, não fazia nada, a vida se baseava na arte do improviso.
E agora, as coisas são mais fáceis. Quando algo acontece, eu acredito que é porque teria que ser assim, a partir disso, minhas atitudes que levariam esse algo ao patamar que eu queria. Minhas atitudes, e não minhas imaginações, ilusões, chame do que quiser.
Ah, mas o lado bom é outro. O melhor lado, eu ainda não disse.
Quando não se espera, quando tudo na sua vida te surpreende, quando você tem controle de tudo, as coisas são praticamente feita ao seu modo.
E você sempre sabe, que não teria maneira de ter sido melhor, apenas diferente.
E na próxima vez, independente do que venha, você sabe que poderá fazer diferente.
Fazer a sua diferença.
Assim, no improviso.

[Carolina Assis]

" Elas parecem mais reais quando você as deixa"

Julgaria tolo alguém que dissesse que a distancia as vezes é a melhor forma de se aproximar de alguém. Há um tempo atrás. Hoje, eu julgaria a pessoa sábia. Sábia e forte. Sábia porque não são todos que que percebem isso, apenas os que passam por isso sabem, e as vezes nem eles. Forte, porque aceitar uma separação de alguém é algo extremamente doloroso, e isso ninguém precisa ser PHD em sentimentos para saber. Já me separei de algumas pessoas que eu já amava, por obra do destino, já me juntei a elas de novo por obra dele também. Mas já fiz escolhas. Já escolhi separar de pessoas que eu não sabia nada a respeito sobre o modo como meu coração batia longe dela. É fácil você gostar de alguém que esta próximo de você, simplesmente você ignora as opções. Em ocasiões como essa não a espaço para opções, é a pessoa e você. São os dois, e o resto do mundo. Nunca se pensa em como viver sem ela, porque depois que a conheceu , talvez você nunca tenha vivido sem ela. E as vezes isso é necessário. Saber que sua sobrevivência continua intacta sem alguém. É quase impossível perceber isso quando esta junto. Separação em alguns momentos é necessária. Você pode perceber como se sente, e como a pessoa se sente em relação a você. Com uma ausência interferindo. É complicado, mas as vezes é necessário.
Eu não sei bem o porque escrevi essa linhas, ainda odeio ausência, distancias, e saudades mais do que qualquer outra pessoa. Mas eu as procuro como ninguém. E agora é isso que faço. Hoje é a ausência que me domina, a minha ausência de algo, para notar o quanto eu preciso deste. É como dizem, as vezes você precisa fugir do mundo, para saber quem vira atrás de você.
Carência? Não. É só para distrair o tédio. Vocês sabem, ele sim, nunca deixa saudades.

[Carolina Assis]

Me conta agora, como hei de partir?

As coisa ficavam mais difíceis conforme o tempo passava. Perdiam o controle fácil, fácil, um controlava o outro. Sempre fora assim. E agora, bem, agora estavam longe, ninguém tinha o controle necessário. Podem até ter esquecido seu significado.
Eu nunca pude entender como eles conseguiam se separar apesar de tudo. Talvez minha capacidade de entender relacionamentos seja limitada. Talvez eles fossem complicados demais. Percebi que era a segunda opção, quando descobri que nem eles mesmos se entendiam.
Ah, se eu pudesse eu diria a eles como são lindos juntos, como tudo caminhava mais fácil na vida de ambos, como sorriam com mais frequência... Mas Ela era mais complicada. Ela mentia não apenas para ele sobre seus sentimentos, ela mentia para si mesma. E sabia mentir, sabia mentir tão bem que a fazia acreditar. Em algo que qualquer pessoa enxergaria o que realmente era. Enxergaria o amor.
O que me anima, e me consola, é o fato de que no fundo ela sabia, que ele sempre saberia o quanto ela o amava, o quanto tudo que passaram era eterno de certa forma. E quando abria os olhos, ela ainda sorria, só de pensar que ele estaria lá, onde sempre esteve, esperando por ela.

[Carolina Assis]

Explicações, justificativas... e outras razões.

Não sei porque eu não fiz esse post antes. Acho que por preguiça, ou por falta de tempo.
Ou porque eu não quis mesmo.
A intenção era eu descrever a causa dos meus texto e o motivo que me levou a fazer esse blog e postar esse monte de palavras que muitas vezes não falam nada, mas descrições são muito limitadas, e eu nunca lidei muito bem com limites. Mas como vieram me perguntar sobre meus sentimentos se eles estão presente na minha vida do modo como as descrevo, acho justo que saibam que alguns dos sentimentos que falo, entre as outras coisas que escrevo, nem sempre são o que sinto, nem o que acredito. As vezes são coisas que admiro nesse mundo, ou algo que eu vi e gostei, as vezes são sentimentos de amigos que mexem comigo, ou até alguns que eu queira sentir, mas não sinto. A maioria deles também são irónicos, muitas vezes o que quero dizer é o contrario do que esta escrito. mas isso não quer dizer que não descrevo também o que sinto, as vezes o faço, e geralmente em terceira pessoa. Então, que fique claro, esse blog não é meu diário, até porque eu teria que postar a todo tempo mil coisas diferentes, e que confundiriam todos que lessem. Meu dia não tem manha, tarde e noite iguais, em um mesmo padrão, esta sempre mudando, a todo momento juntos com minhas escolhas, meus momentos, meus gostos e até mesmo minhas ideias estão se reciclando sempre, a cada segundo, das vezes que meu dia teve uma padrão eu o considerei tedioso.
Ah, e eu odeio o tédio.

[Carolina Assis]

Amar-te-ei até o tédio...

Conseguia, mesmo depois de tanto tempo, se surpreender com o modo que seus sentimentos a dominavam quando estava com ele. Poderia até descreve-lo, mas coisas desse tipo não se descrevem, apenas se sentem. E ela sentia, sentia como ninguém. Sentia que cada célula do seu corpo amava cada célula do dele. Tão intenso que por muitas vezes não se soube separar o sentimento, dela mesma. Ela o enxergava nela, quando via seu rosto, ela sabia que nunca se acostumaria a olha-lo, que sempre iria querer mais, que poderia passar o dia todo olhando-o, que não se cansaria, não se acostumaria. Seu coração batia tão violentamente que ela não podia acreditar que ele não o ouvia. Ela não falava muito nunca fora de falar muito, mas tinha certeza que seus olhos mostravam tudo que ela queria dizer a ele, e podia ver, de alguma forma louca, que ele entendia todos os olhares dela. E ele era a única coisa que ela olhava, a paisagem que ele pertencia era a única visão que ela tinha, que ela queria ter. E mesmo se não quisesse, todos seus sentidos era invadidos pelos sentidos dele. Cada mililitro do seu corpo ardia e se enjoava quando ela o via, ela ouvia sua voz, o via, e o resto do mundo desaparecia. Sabia que mesmo se lutasse, isso nunca mudaria. Já fazia parte dela. Eram como musica, um era a letra o outro a melodia, só em conjunto podiam ser completos.
Ela sou eu, e ele, é você. Nos somos a musica completa, o conjunto incerto, que de tanto ficar junto acabou se tornando correto. E eu sei que mesmo sentindo tudo isso, e sabendo que esse tipo de coisa não muda, eu ainda espero o tédio chegar. O único que uma dia poderá me salva desse amor irremediável por você. Mas nem ele é forte o suficiente, porque ele também sabe que você sempre estará la. Me observando, observa-lo.

[Carolina Assis]

Sabe o 'pra sempre' ? Ele existe...

Já faz tempo, já faz anos... Troquei as coisas de lugares, sai de mim, deixei pessoas. Deixei amigos, deixei conselhos, deixei lembranças. Já faz tempo, que o tempo passou. E sequer o senti passar por mim, foi Tao depressa, não consegui não mudar. E vendo tudo isso, vendo as coisas acontecerem, mudarem de lugar a cada instante, eu percebo que você sempre continua intacta na minha vida, mesmo com o mundo dando tantas voltas, tantas pessoas se juntando, se separando, se modificando, nós mesmas se modificando... Eu e você continuamos juntas, como sempre, desde sempre, a cada dia mais. E pensando nisso, ontem me perguntei porque eu ainda não tinha escrito nada sobre você aqui, e decidi que faria isso no dia seguinte. Coincidência ou não, hoje é dia do amigo, nada mais justo do que escrever sobre a amizade mais verdadeira que eu já vi nesse planetinha azul, a nossa, e sobre a amiga mais fiel, e mais próxima da perfeição, você.
Ainda me surpreendo todos os dias com a sorte de ter alguém como você ao meu lado, ainda não acredito que mereço tudo isso, alguém que as vezes me parece irreal de tão perfeita. Não digo perfeita no sentido que todos conhecem, eles me diriam que perfeição não existe, do mesmo jeito que me diriam que é impossível ter uma amizade como a nossa nos dias de hoje. É que as pessoas ainda só acreditam naquilo que são capazes de viver. Eu ainda não vi ninguém viver nada perto do que a gente tem. Alias, isso ainda nem nós sabemos, e nos divertimos tentando achar algo que descreva nosso sentimento tão único e verdadeiro, mas acho que o encanto esta nisso, os maiores sentimentos, e as coisas mais complexas desse muno não podem ser explicadas, então não importe o quanto eu tente te dizer o que você é para mim, e o que nós somos uma para outra, não chegarei nem perto do tamanho de nossa amizade, e de tudo que já enfrentamos papara mante-la. E que para ser sincera, isso é um termo exagerado, para nós sempre foi muito fácil nos manter juntas. Eu e você sempre acreditamos que as coisas que devem ser, sempre é, e que o universo sempre conspira a favor. Nós somos a maior prova disso, nunca nada interferiu na gente, mesmo quando você mudou e ficou a 110km distante de mim, as coisas continuaram fáceis demais, seus pais sempre gostaram muito de viajar. E assim vai ser para sempre, de um jeito tão certo que me assusta. Eu sempre lhe digo que você é minha única certeza, porque essa é minha única verdade. É como se sua presença fosse mágica, como se todos meus problemas enormes virassem pó perto de você, como se meus sorrisos se tornassem mais verdadeiros, como se meu mundo, mesmo se estivesse de ponta cabeça, se estabeleceria só de estar no seu colo e ganhar seu abraço. Saiba, que mesmo você não tendo meu sangue nem meu sobrenome, está no seu coração, mais do que qualquer outra pessoa existente no meu mundo. É como disse Richard Bach “ o laço que une sua verdadeira família não é de sangue, mas de respeito e alegria pela vida um do outro. Raramente os membros de uma família se criam sob o mesmo teto “. Somos assim, uma família, uma completando a outra, sendo o chão, a critica, o alicerce, o porto-seguro. Juntas somos o sorriso, o conforto e o todo. O abraço, o ombro e a mão sempre estendida. Nossa amizade completa a falta, consola as perdas, substitui a dor com o mais puro e infinito amor. E eu sei, o quanto dói você estar longe, e também sei, que não importa quantos anos passe, eu nunca me acostumarei com essa saudade, ou essa distancia. Porque elas não se tornaram menores, apenas mais suportáveis, porque foi graça as elas que realmente notamos o quanto é grande e linda nossa amizade, e quanto amamos uma a outra. Conhecemos tantas pessoas nesse tempo, fizemos novas turmas, andamos com gente diferente, e mesmo assim nada substituiu ou chegou perto do que somos. É de você que preciso, são suas palavras que sempre me animam, sempre me ajudam, só você me conhece mais do que qualquer pessoa, só você sabe do que preciso e o que é melhor para mim."Porque se você não vem é como se o tempo fosse passado em branco, como se as coisas não chegassem a se cumprir porque você não soube delas." Caio Fernando de Abreu. Eu queria que você soubesse, que nada nesse mundo vai mudar o que eu sinto por você, e tudo que passamos. Você é meu presente de Deus. Ele me deu você para eu cuidar e para eu ser cuidada, para que quando tudo caísse, nós tivéssemos alguém. E Você é assim para mim, o que me mantem em pé em todos os momentos, a minha razão, o meu mundo, a minha vida, você é meu tudo, minha melhor amiga.

Além de tudo e por toda vida,
eu te amo hoje, amanha,
e em todos os dias que meu coração bater.
Minha eterna Mandy Frizzo.

[Carolina Assis]