Escrevo porque encontro nisso
um prazer que não consigo traduzir.
Não sou pretenciosa.
Escrevo para mim, para que eu sinta
a minha alma falando e cantando,
às vezes chorando.
[Clarice Lispector]

domingo, 14 de novembro de 2010

Meu silêncio é o grito mais alto que alguém já deu.

Nunca consigo começar um texto com a mesma facilidade que o termino.
Esse em especial me fez pensar muito, e achei uma boa maneira de iniciar dizendo como foi difícil fazer isso. Provavelmente porque isto é um conjunto de palavras que venho acumulando em mim nos últimos tempos. Palavras que pedem para explodirem, e explosões não são previsíveis.
As minhas ao menos não.
Usarei de fato a metalinguagem para dizer algo que já esta dito dentro de mim, embora ande me ignorando, calada.
Nunca me viram calada, alias, acho engraçado o modo como dizem que nunca me calo. E tem razão. Por hora, o silencio de que falo é interno, ando calada comigo mesma, quase não me ouço. Não me questiono, não indago. Eu mal penso. Porque pensar traz duvidas, e estas trazem perguntas, e ando calada.
Toda pergunta precisa de respostas, mas respostas não acompanham silêncios.
Sinto necessecidade desde já de um um final, o que me torna tola. Acontece que não sei como terminará, assim como desconheço essa vontade de esboçar logo um fim. Desconheço por não me pertencer, por fazer parte do inotavel dentro de mim.
Desculpe me pela minha ignorância sobre gritos abafados pelo meu peito, mas inevitavelmente são eles que me fazem escrever tais palavras soltas, para que meu vocabulário vago se gaste e dessa forma faça com que eu esvazie essa multidão insana que tenta fugir de mim.
Não creio que faça algum sentido o que escrevi, nem sou tomada pela vontade alguma de entender. Trago comigo essa duvida, para que possa impulsionar outras no meu ser. Eu disse que desconhecia o fim, e digo agora que este não existe.
As coisas na vida são ciclos, elas não morrem verdadeiramente, não enquanto algo que estiver vivo lembrar-se delas.
Posso até ouvir meu silencio, nesse momento.

[Carolina Assis]

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