Escrevo porque encontro nisso
um prazer que não consigo traduzir.
Não sou pretenciosa.
Escrevo para mim, para que eu sinta
a minha alma falando e cantando,
às vezes chorando.
[Clarice Lispector]

domingo, 14 de novembro de 2010

Sobre a brincadeira de levar a vida a serio.

Dizem que quem não leva a vida a serio não chega a lugar algum. Pelo menos era o que meus pais diziam. Cresci vendo os adultos levarem a vida a serio demais. E diziam que isso era ser adulto, levar a vida a serio. Pensei nessas palavras durante anos, mas nunca as pratiquei. Nunca levei a vida a serio. Gostava de ter alegrias constantemente fazia parte de mim isso, gostava de gargalhadas no meio de conversas serias, abraços entre brigas, e brincadeiras em momentos de tensão. Os que levavam a vida a serio, não faziam isso, as brigas eram brigas, não havia carinhos nelas, nem poderia haver abraços. Conversas serias e decisivas não continham sorrisos. Particularmente sempre achei que adultos sorriam pouco. Eles só sorriam quando tinham motivos extremos. Para mim a necessidade de sorrir sempre foi uma excelente motivação. Motivava-me ainda mais saber que alguém sorria me vendo sorrir, eu sorriria de novo, e o circulo nunca se fecharia.
É, talvez eu nunca leve a vida a serio.
Mas prometo, continuar sorrindo.

[Carolina Assis]

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