Escrevo porque encontro nisso
um prazer que não consigo traduzir.
Não sou pretenciosa.
Escrevo para mim, para que eu sinta
a minha alma falando e cantando,
às vezes chorando.
[Clarice Lispector]

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Surpreender-se ainda é o melhor caminho... Ou o mais bonito.

- Admito meu desespero, foi como da ultima vez... Depois que ele se foi, achei que ficaria perdida sem ter alguém, ai você apareceu...
- E por que o desespero?
- Achei que dessa vez não apareceria mais ninguém, fiquei me perguntando quem ocuparia o seu lugar.
- Mas você não precisa de ninguém, você tem a mim.

Eu sorria por dentro e por fora, a verdade é que não achava possível conhecer, muito menos ter, alguém como ele. De todas as coisas mais belas do mundo, era incrível que Deus tivesse me dado aquele presente tão lindo de olhos puxados. Quando ele chegava de manhãzinha, perguntando como tinha sido minha semana, eu tinha certeza que estava do lado da primeira pessoa que eu seria capaz de amar verdadeiramente, e quando acordei de manha deitada em seu peito, tive a certeza de que eu nunca desejaria acordar mais ao lado de ninguém que não fosse ele. Na realidade, tudo aconteceu tão rápido, entretanto cada momento teve seu tempo certo, o começo foi uma explosão de sentimentos, desejos e acontecimentos, não nos conhecíamos, mas sabíamos que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, era para ser assim. Saímos aos desencontros achando que não nos encontraríamos mais, mas era tudo ao contrario. Seu melhor amigo era o cara da vez na minha vida, apaixonei me por um tempo pela pessoa mais improvável, só agora vejo o quanto isso era necessário, o quanto isso fazia parte de todo o quebra cabeça de nossa vida. Você, mostrou me o seu pior lado naquela primeira semana, o único lado que eu notaria de primeira, mais um detalhe que só agora percebo o motivo. Seu jeito tão único, tão cheio de luz só foi passado para mim no decorrer do tempo, seus bons dia para todas as pessoas que encontrávamos na rua, suas implicâncias para minhas grosserias, sua doçura ao me corrigir, a diferença vinha em minha cabeça o tempo todo, não poderia entender como fui capaz de achar que tinha amado alguém como ele, alguém com tão pouco humanidade... Mas no fundo eu era igual a ele, percebi o quão vazia havia me tornado até você chegar e me encher de novo, limpou toda sujeira da minha alma, fez meu sorriso ser motivo de beleza, e minha beleza ser motivo de sorrisos. Não entendo como pude merecer alguém como você... Mas agora faço tudo para mante-lo em minha vida... Mas é como você sempre diz, eu tenho você.

[Carolina Assis]

Era extraordinário que ele pudesse perturbar assim o canto dos meus lábios.

Como se ela pudesse deixar de escolher como gostar de alguém, talvez até fosse capaz, mas nunca fugia. Dizia que vivia para de apaixonar e se apaixonava para viver, e todos riam porque a verdade saindo de sua boca era totalmente divertida. Era engraçado estar com ele, porque toda vez que ele a fazia sorrir ou rir, sentia uma vontade incontrolável de explicar pra ele o quanto o amava. O quanto gostaria de fazer o mesmo por ele, de liberar nele aquela endorfina que nela, levava seu nome. Tentou muitas vezes, em um daqueles dias que passavam juntos, deitados no sofá da casa dele esperando dar hora para se despedirem mais uma vez, lembrava-se de todas as vezes que foi avisada por ele para não se apaixonar. Ela dizia firmemente rindo, que isso nunca aconteceria, mesmo sabendo que assim estava desde a primeira vez que aquelas mãos seguram sua cintura, e sua voz chamou sua atenção. Porque desde o começo foi isso, foi ele chamando atenção o tempo todo, para a vida, para ele, para o mundo belo, para um mundo que ela nunca fez parte mas que no fundo sabia que era ali o seu lugar. Nunca pertenceu a algo comum, a pessoa alguma, não sabia o que era isso. Ela sorria ao lembrar de todas as vezes que ele puxou ela em um abraço dizendo o quanto ela era linda ciumenta, e da inúmeras ocasiões que o fez descrever a ideia que ele tinha do amor. Era a confirmação de como ela o amava, concordava com tudo, sentia isso mesmo. Gritava por dentro quando ele terminava sua explicação, que era isso mesmo, que ele estava certo, que ela sentia tudo isso lá dentro. Mas calava-se, porque o silêncio era algo que nunca fez parte da sua vida, mas que agora era necessário... Não era a primeira coisa de novo que ele vinha trazendo para sua vida.

[Carolina Assis]

E de repente a vida te vira do avesso… E você descobre que o avesso é o seu lado certo.

Quando você passa muito tempo vendo cada individuo a sua volta sofrer por algo que o mundo julga ser a coisa mais linda da vida, nasce em você aquele receio de que se entregar para valer, é apenas se juntar a todas elas. Nunca me juntei. Confesso meu interesse por esse assunto ser maior do que os dos outros, e muitas vezes julguei amar alguém, por ser fascinada pelo que eu sentia ou até mesmo pelo causador disso tudo. A realidade é que em todas essa ocasiões eu saio por ai amando o meu amor e não a pessoa. A prova disso é que quando o alguém ia embora eu deixava e ficava toda feliz por poder sentir essa coisa gostosa que me fazia ter inspiração para escrever, ou sair por ai dizendo que eu sabia algo sobre esse negócio de amar. Isso explica o motivo da minha ausência nessas caixas em brancos, que antes possuíam algum encanto para mim, e para para o esvaziar de toda essa lotação de vazios. Convenhamos que meu otimismo se estabeleceu em cada palavra que aqui escrevi, da mesma forma que minha paixão por ele. Mas hoje, confesso minha escassa vontade correr atrás de mim mesma para sentir aquela borboletas no meu interior. Agora há apenas lagartas passeando, e eu ando muito ocupada para alimenta-las.
[Carolina Assis]

Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou.

Saia andando pensando em pensar, lembrando de não esquecer, lutando contra as forças do tempo, mudando a rotina... Procurava... Impedir que o tempo lavasse todos os pedaços que dele habitavam nela, era apenas uma das coisas. Sentia era medo de querer novamente. De ter que aprender a amar outros defeitos, e suportar tantas falhas. Preferia o antigo, o que já conhecia. Preferia ele, como sempre preferiu. Tarde demais. A memória do coração dela era tão falha quanto sua força para não esquecer. Decidiu dar oportunidade ao tempo, ele lavou tudo. Como se ela tivesse escolha...

[Carolina Assis]

Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou.

Saia andando pensando em pensar, lembrando de não esquecer, lutando contra as forças do tempo, mudando a rotina... Procurava... Impedir que o tempo lavasse todos os pedaços que dele habitavam nela, era apenas uma das coisas. Sentia era medo de querer novamente. De ter que aprender a amar outros defeitos, e suportar tantas falhas. Preferia o antigo, o que já conhecia. Preferia ele, como sempre preferiu. Tarde demais. A memória do coração dela era tão falha quanto sua força para não esquecer. Decidiu dar oportunidade ao tempo, ele lavou tudo. Como se ela tivesse escolha...

[Carolina Assis]

Tenho uma ternura enorme por você... ...e para mim é muito difícil isolar essa ternura da razão, quando te escrevo.

Uso minha mania de distração para sempre te manter comigo, e confesso que minha ternura por você transborda, não apenas quando escrevo, mas quando falo seu nome, quando lembro da sua voz, quando penso no seu rosto. Não posso acreditar que fui capaz de pensar em esquecer tudo isso por alguns minutos, não esqueceria nem se me dessem essa opção sem pedir nada em troca. Porque eu já daria muita coisa, já deixaria de sentir minha pele ganhando calafrios só de ver seu nome chamando naquele aparelho móvel que me faz não apenas lembrar de nossas inúmeras conversas, mas de todas as vezes que deixou evidente a frase que você nunca ousou dizer " Eu me importo". Mas hoje não faz diferença para mim se você podia dizer isso ou não. Eu digo. Eu me importo, e quero me importar a cada dia mais, quero me importar tanto que você não precisara fazer isso. Me importarei por nós dois. Assis como fiz muitas coisas por nos dois, mesmo que você não saiba, mesmo que nunca saiba o quanto fui capaz de lutar mais para não te esquecer do que para não te perder. Perdi. Mas não esqueci. E talvez você volte, volte e prove para o mundo, que tanto disse não para nossa historia, que aqui do meu lado, é seu único existente lugar. E que eu nunca mais queira escrever para você dizendo que esqueci, mesmo que eu tenha apenas é me lembrado com uma frequência menor, porque as coisas são assim, elas se acumulam para quem não esquece, e tomam minha atenção por bons tempos que antes eram todos seus. Mas o que é seu mesmo, não são os minutos que penso em você todos os dias, e não são as quantidades deles que me farão medir tudo que sinto por ti. O que é seu mesmo esta aqui dentro, é aquele lugar que ninguém ocupa, que ninguém conhece, que ninguém terá. Um lugar que nem eu mesma possuo acesso, e agradeço, talvez se possuísse eu teria sido capaz de te arrancar de la como fiz com algumas memorias. Aquelas que você insistiu em ser o cara que eu nunca quis por perto, mesmo sabendo que no final de tudo, eu nunca desejei tanto algo por perto como sua presença, sua voz, sua boca sussurrando meu nome. E só para não perder o costume, tem uma parte de mim que sempre te esperará. A mesma que não consegue ocupar seu lugar.

[Carolina Assis]

sábado, 12 de março de 2011

O complicado, é que realmente passa... passa, e passa tão rápido, que a gente começa dúvidar que o sentimos foi de verdade.

Mas eu senti, e sei disso graças a Vinicius de Moares que ao dizer Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure, sabia que passaria, mas que seria verdadeiro, não importando o tempo que durasse. Ah... e durou tão pouco que me sinto uma tremenda fraca por não ter conseguido lutar para manter essa sensação boa que é gostar de alguém, e olha que no fundo eu lutei, ou tentei isso. Juro que pensei em você a cada minuto do meu dia, até mesmo quando não estava pensando em você, hora ou outra surgia um momento próximo ao tédio em que eu fechava meus olhos e lembrava do modo como me puxava pelo braço e dizia meu nome completo quando estava bravo. Passei dias ansiosas, e em todos eles lembrei de você dizendo que ficaria tudo bem e que no fundo eu sabia disso, e nos meus momentos de raiva, podia ouvir sua risada e o modo como diagnosticava minha tpm inexistente. Fiz de tudo para não esquecer nenhum detalhe do seu rosto que sempre foi tão bom em mudar minha frequência cardíaca. E se quer saber, eu sinto falta de tudo isso ainda, e não acho maneira de não sentir, nunca ninguém será para mim o que você foi. Eu poderia dizer que outro viria ocupar seu cargo, e o sentimento apenas seria diferente. Cargos iguais, sentimentos diferentes. Mas não, nem isso posso dizer, já que nunca vi algo parecido com o que você foi para mim, nem com o mesmo significado. Mas agora a frequência de tudo isso diminui, e a cada musica que eu esqueço de pensar em você me traz um desespero enorme pois me faz notar como nossos sentimentos são levianos. Lembro-me agora que eu nunca te disse para sempre. Nunca jurei amor eterno, mesmo achando que seria. Mesmo querendo que fosse. Porque essa era um caracteristica essencial do que eu sentia por você, não me importava se nós duraríamos, mas o que eu sentia desejava intensamente que durasse. Mas se quer saber, você tinha razão quando disse que eu ainda não sabia o que era amar alguém. Mas quero que tenha o conhecimento que então eu gostei muito de você.

- Esqueceu completamente?
- Ah, mas nem perto disso.
- Como sabe?
- Este é mais um texto para ele.

[Carolina Assis]
Devo ser algum tipo de Alice dentro de um mundo que você criou para mim.
Ou algum tipo de Gato que sai por ai dizendo coisa que ninguém entende.
Talvez uma mistura dos dois.
É que percorrer caminhos ainda é melhor do que indicar a direção.

[Carolina Assis]

Deixe-me ser o que sou, o que fui, um rio que vai fluindo…

Aquilo que explode no peito quando vemos algum vestígio de aparecimento. Ah... a saudade. Nunca soube seu real significado, nunca havia perdido ninguém de maneira tão intensa, talvez porque nunca tenha desejado alguém da mesma forma. Deve ser um erro gostar tanto assim de outro ser humano, deve ser um castigo desejar a única coisa que não se pode ter quando possuo dias que tenho tudo que desejei. Sinto em lhe dizer que continuarei desejando por não encontrar forma de expressar o que sinto, e assim não me esvaziar desse vazio que só vejo você como forma de ocupa-lo, sinto muito se não serei forte como desejou que eu fosse, ou fraca como esperava que eu seria. Não te procurei, porque te achei todos esses dias dentro de mim, e não o farei enquanto seu nome soar como eco do meu e seu rosto aparecer quando eu olhar no espelho. Não te procurei porque sinto que algo esta por trás de tudo isso, e que alguma ação minha quebraria o efeito... Mas se quer saber eu já não espero que as coisas se ajeitem com o tempo, porque não vejo mais tempo, já não o tenho mais, ele se foi com você quando todas as outras coisas que ocuparam seu lugar chegaram.

[Carolina Assis]

Com um pouco de esforço... conseguimos gostar do que encontramos e esquecer o que queríamos achar.

Não sei nem dizer quando foi o momento exato que senti que cada parte do meu corpo gritava o seu nome, provavelmente foi quando me vi diante de todas as mudanças que queria ver na minha vida, expostas da maneira como sempre desejei. Mas eu esperava mais.. quando vi meu mundo do jeito eu queria, quando vi minha maturidade envolvida nos meus dias, quando vi meus sonhos esbanjarem realidade, eu tive a certeza que cada coisa que eu fazia tinha parte da sua vontade, e eu esperava olhar para tudo isso e perceber que você voltava. que depois de tantos dias construindo o que você sempre desejou a mim, esperava uma recompensa, esperava te ver entrando pela porta que um dia você saiu. Você não só não entrou como não soube de nada disso, não pode saber como sua garotinha que há anos vinha sendo protegida por você dos sonhos malucos e da vida de fantasia, tinha tornado realidade cada passo que ela havia desejado. E mesmo assim sou capaz de sentir falta de quando você colocava meus pés no chão, de quando me trazia de volta a terra dizendo que se eu não aprendesse logo voltar sozinha o mundo me faria cair. Mas ele não fez, porque você não esperou eu aprender contigo e se foi me deixando aprender sozinha, você deveria saber que eu aprenderia rápido se eu tivesse a certeza que isso lhe traria de volta. Não trouxe. Mas agora vendo tudo isso que tornei real, posso te dizer, de coração, ou apenas de mente, que eu fiz tudo em seu nome, mas pensando nas minhas vontades. Porque quando começo me desesperar e desejar acabar com toda essa vida bela para trazer você de volta, eu lembro das suas plavaras "eu quero te tornar uma pessoa melhor", e tornou. Agora, hoje talvez, eu seja tudo aquilo que desejou que eu fosse, que pensou que eu era quando me conheceu e em seguida se apaixonou por mim, e isso faz com que eu não deseje outra coisa, há não ser desfrutar de todo esse caminho que sua lembrança me ajudou a construir. Só lamento que você já não esteja mais por perto para segui-lo comigo.

[Carolina Assis]

Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?

Tinha uma lista de tudo que queria viver e me tornar...Mas isso era algo que ninguém sabia, talvez nem eu mesma. Dentro de mim havia possibilidade maior que opções e eu tornava cada uma delas reais em minha cabeça, porque eu queria que fossem, e tudo jazia do erro da vida ao me tornar mimada demais me dando tudo que desejava e precisava antes mesmo de saber disso. E quando se tem tudo se reconhece o valor de muito pouco... A cada época da vida eu desfrutei te todos os gostos, personalidades, duvidas e desejos possíveis. Fui mudando e procurando me encontrar em casa nova musica, e em cada novo local que eu conheci, e depois de muitas mudanças bem sucedidas e mesmo assim abandonadas, eu me encontrei em mim mesma. Descobri que podia ser tudo e ter tudo em meu mundo e fazer a coisa certa para ser aceita no de vocês. Mas como diz Raul Seixas prefiro ser uma metamorfose ambulante, prefiro ter essa constante duvida de todos meus desejos, e essa vontade insaciável de querer mudar o tempo todo. E mudar. Aperfeiçoar. Se arrepender, e voltar atrás talvez. Porque é lindo ter forças para isso, ter consciência de atitudes e suas consequências, e das influciências que ela causaram não apenas na sua vida, mas na de todas que te rodeiam. E devo isso não as consequências da vida, porque admito que houveram poucas. Não que eu tenha errado miseramente, porque não foi, eu errei muito, cometi erros escandalosos, desperdicei oportunidades de me tornar algo melhor antes de aprender que eu deveria fazer isso. Mas desperdicei e quando aprendi, perdendo pessoas e coisas que hoje fazem falta apenas a mim, e não a minha vida, eu aprendi e ser que me tornei tudo que um dia esteve naquela listinha no fundo da minha cabecinha, a que só pensava em ser feliz e sair por ai arrancando sorriso de quem eu amava. Minha vida hoje, é um quadro perfeito que eu coloco nele o que quero, as cores que escolho e os desenhos que moldo, e tenho orgulho de tudo que aprendi, mesmo não sendo através de sofrimento como as outras pessoas, mas através de alegrias e de gente que esteve comigo esperando que eu errasse para que me ajudassem a consertar os erros. Agradeço a elas e a Deus por me dar essa memoria falha que não se lembra dos erros dos outros e ao mesmo tempo por lembrar meu amor pela mudança e melhoria. Agora, que eu vejo minha exposição de pinturas que venha construindo, posso estufar o peito e dizer que tenho tudo que um dia eu desejei porque aprendi como ter, e o que perdi, pode dar espaços a coisas que ganhei... Porque mesmo eu errando muito, eu ter perdido muito, um começo ruim não é nada perto da minha vontade de fazer um final continuo perfeito. E assim vai sendo, quero mesmo é me tornar cada dia mais o que eu sou, o que dentro de mim eu sempre fui.

[Carolina Assis]

Obrigado por ter se mandado, ter me condenado a tanta liberdade.

E de vez enquando surge aquela voz na cabeça dizendo" Ele também pensa em você, ele também sentiu sua falta. "E eu acredito não porque quero, mas porque não costumo fugir das cirscunstancias reais, nem mesmo do vento que sempre te trouxe com aquele sorriso dizendo que queria me ver só para que eu não sentisse tanto saudades suas. E eu sorria e você ficava eufórico achando que eu acreditava nisso, e por conseguir manter seu segredo salvo comigo. Dessa vez, ao menos, nós dois sabemos que a diferença não foi você ir embora...
...Foi eu permitir isso.

[Carolina Assis]

Seria diferente se você soubesse que aquela era a última vez?

Voltei para casa aquele dia pensando que enfim, tudo se ajeitaria. Nunca havia visto seus olhos brilharem tanto por ter me visto, mesmo que eu já esteja acostumada com um certo brilho na minha presença, daquela vez foi diferente... E foi a ultima. Agora sempre que me lembro desse pensamento eu sorrio, mesmo com uma pontada e dor no peito, devido a ironia cruel que esse nosso encontro e sua imagem nele nos trouxe. Você não sabia que acabará ali, nem eu. E quase posso ter a certeza que foi justamente essa falta de conhecimento que deu toda a beleza da situação. Não sei em que ponto começamos a nos perder, e as vezes penso que o problema foi que nunca nos encontramos de verdade. A realidade é que você já fazia falta antes mesmo de aparecer na minha vida. Por que não faria justo agora? E faz. Muita. Mas é só. É só falta de tudo que me proporcionou e de toda sua presença que consumia todos meus dias. A necessidade de você para meus sorrisos foi embora junto com o seu. E isso me fez lembrar que eu aprendi a ser forte com você, e ao mesmo tempo estar ao seu lado e querer ser fraca para que fosse necessária sua proteção. Mas nunca foi, nunca fomos encaixados porque eu não sou um encaixe, e só agora percebo isso. Mas ainda assim você foi a melhor aproximação de tal definição. E eu ainda te espero secretamente, porque você me ensinou que tudo muda a todo momento. Inclusive nossas formas. Ontem não encaixamos por faltas de peças, mas isso foi ontem...

[Carolina Assis]

Sabe Deus por quais motivos nossas vidas precisavam se cruzar.

Quando aconteceu foi fácil, como todas as outras vezes. E olha meu amigo, que não foram poucas, mas em todas elas havia luz, tinha uma certa beleza escondida, uma paz esperando ser pega. E pegávamos, éramos tão bons em reconciliarmos quanto éramos em deixarmos um ao outro, talvez até melhor. Não dessa vez. Não me lembro realmente de tudo que senti, porque a realidade é que não senti nada, você foi -confesso, que de uma maneira mais turbulenta - mas foi. E você havia ido outras vezes. Você havia voltado... Você não voltou. E me deixou ouvindo todos os dias de todos que voltaria. Deixou-me sem espera, porque sabia de alguma forma louca e inconsciente que eu não esperaria. No fundo era isso o tempo todo, e eu sabia. Sabíamos. Não sofri, isso é bem verdade, mas senti uma falta absurda da sua voz no telefone e das suas visitas surpresas. Ainda sinto, e duvido que deixarei de sentir. Mas tenho que admitir como as coisas se tornaram fáceis, e acredite, odeio admitir isso, porque é o mesmo que dizer que sua volta deixaria tudo mais complicado. De novo. Sabe meu amigo, talvez meu mundo seja melhor se não retornares, mas não será totalmente meu mundo sem você nele. E disso, você sempre soube.

[Carolina Assis]

sábado, 22 de janeiro de 2011

Quando o peito apertou pela primeira vez, talvez ela tenha sorrido, não sei dizer. Mas suponho tal acontecimento, pois ter seu interior totalmente revirado por outra pessoa depois de tanto tempo sem qualquer tipo de movimento lá dentro, era realmente algo inesperado. Contudo já se esperava. Não por ser comum, ou até mesmo inevitável, mas pelo gosto de querer. E ela queria. Queria sentir de novo toda aquela emoção de insetos voadores em seu corpo toda vez que a musica de chamada tocava, queria ouvia a voz de alguém e fechar os olhos e sorrir, simplesmente por ser aquela voz, queria pensar tanto em alguma pessoa que o rosto ficaria marcado em sua cabeça. Ela queria, realmente queria. Mas ela nunca soube ao certo o que, não poderia descrever seus desejos, porque dentro de todos eles havia o receio. Receio de qualquer garota que escolhe ir adiante por outro alguém. Admiro tal disposição por simplesmente pensar na possibilidade do tempo de acertar as coisas, à de ter muita paciência quem recorre a ele, e a de ser muito corajoso quem senta e espera. Mas o tempo não muda nada por si só, o tempo nem ao menos cura algo, apenas desloca o incurável do centro das atenções. E ela agora queria ser esse centro dele. Não era algo egoísta, era algo puro. Perguntava-se o que poderia ser feito em relação ao que sentia, pois na verdade, não sabia o que era. Não sabia se estava crescendo porque deveria ser assim, ou porque ela se permitia, mas não lutava contra. Cogitava, é claro, essa possibilidade. Mas era apenas cogitação. Não durava muito. Afinal, tinha-se o risco, mas o que era algo nessa vida sem riscos? O que é uma subida se não possibilidade de cair? Qual seria a graça de voar se não houvesse chão? Esses questionamentos, ele não sabia. Não podemos julga-lo, ela também não sabe ainda. Não totalmente. E talvez nunca venha a saber. Sabe-se como são essas coisas, na verdade nunca se sabe nada. Inesperado.

[Carolina Assis]

domingo, 16 de janeiro de 2011

Vocês conseguem descobrir as riquezas soterradas, nas pessoas que os decepcionam?

Passe se muito tempo depois que decidimos lutar por algo. Não digo tempo em estado abstrato, nem mesmo do real, mas daquele interior que mexe com nossos calendários e fazem cada momento ser uma eternidade. Luta incessante que nunca aprece ter algum triunfo, mas tem, embora estejamos cansadas demais, com dores demais, e cheias de curativos pelo peito para notarmos isso agora, não podemos nem ao menos sorrir com todos nosso caminhos traçado pelas lições que ganhamos nessas batalhas, que perdemos todos os dias e ganhamos a todo minuto. A força já não se sabe mais de onde vem, não se sabe se tem, mas tem. Sempre tem. Passamos a tirar proveito de tudo que um dia nos fortaleceu e tudo em nome deles. Enfrentamos algo tão forte quanto nós mesmo, nossa vida lá fora. Olhares nos cercam e acusam de lutar pro causas perdidas. Mas não são perdidas, e nunca serão, não enquanto acreditarmos nelas, não enquanto houver um telefonema no meio da madrugada e um abraço no meio da dor. Enquanto houver segundos de alegrias que nos fazem crer que todos aqueles momento de agonia valeram a pena. Porque nunca se sabe a força que se tem até precisar te-la. Nós não sabíamos, nós ainda não sabemos, porque a cada dia descobrimos novas formas de ir alem, de fazer algo maior , de poder hospedar dores que tiram o ar, a fome, e vontade de continuar. Mas até isso é força, porque há de ser muito forte a que desistir primeiro, a de ser mais forte aquela que lutar até conseguir. A de ser um amor muito grande para ter chegado até aqui. E hoje admiro-nos não por falta de modéstia, nem por mero agrado a nos mesmas, mas por sermos capazes de gostar tanto de pessoas que não fazem valer o vocativo 'meu amor'. Mas não os culpo, afinal, nem nós sabíamos o quanto podíamos seguir em frente, mesmo com tudo nos puxando para traz. Não sabíamos que seriamos capazes de provar a todo que mesmo que no final de tudo, haja mesmo um final, o que não acreditamos devido as circunstancias e acontecimentos, mulheres formadas e preparadas saíram de um obstáculo que fez cada célula de nosso corpo respirar a vida e agradecer a ela , mesmo tendo desistido todos os dias dessas alegrias que nossos motivos de felicidades nos tiraram. Não acredito que isso seja em vão, porque nada nessa vida é. E que mesmo se daqui há alguns anos o vento pare de nos mandar eles, saberemos que os tivemos sim, como nenhuma outra se quer chegou perto de ter. Porque eles nos tinham, mas dentro deles, elas sempre foram de fora. E mais uma coisa... Eles sempre voltam.

[Carolina Assis]

Onde aprender a odiar para não morrer de amor?

Aceito te não porque me deste escolha, mas por conter tudo aquilo que me instiga a sonhar e a crer, mesmo sabendo que no fundo eu só te queira por saber que sou capaz de querer alguém e aceitar, ou aceitar por querer. Na realidade posso sentir a meus impulsos sendo viáveis a seu favor assim como suas verdades são meus direitos. Mesmo você não tendo direito algum de dizer a verdade. Até porque, te aceitei com suas mentiras, e você com as minhas. Menti o tempo todo que nunca te aceitaria. Não posso imaginar te querendo sem tudo isso. Mesmo que eu te queira de todas as formas.
[Carolina Assis]

Mas às vezes a saudade é tão profunda....

De alguma forma pude perceber que quando penso em te esquecer fico apavorada. Não por não conseguir, justamente o contrario. Eu sei que conseguirei. E isso me traz desespero, de ser capaz de esquecer o único que amei verdadeiramente. E não digo entre os homens por quem me apaixonei, mas de todo o circulo de pessoas que envolvem minha vida, você é único que aceitei total entrega do que sempre temi. Porque se um dia eu me for, ou simplesmente aceitar que você se vá, sentirei não apenas sua falta, mas falta de mim mesma. Sentirei falta de como me sinto ao seu lado, de como você me faz sorrir e de suas mãos quentes. Sentirei falta dos seus olhos brilhando quando fala de algo que gosta e de como os deposita sobre o meu. Sentirei falta de quando você chega exausto para me encontrar e o modo como eu arrumo seu cabelo. Sentirei falta da sua mania de mudar de assunto quando percebe que estou incomodada com algo que disse e de como toca meu braço para chamar minha atenção. Sentirei falta da sua voz ao celular sempre que sinto sua falta, de como me liga para saber como estou, onde estou, e sentirei mais falta ainda, das desculpas que arruma para me ligar. Sentirei falta inclusive de seus gritos quando não atendo o celular ou apenas demoro para atender. Sentirei falta dos seus palavrões quando não te respondo algo rápido, dos seus insultos impulsivos e de suas desculpas gaguejadas, e do seu jeito desconsertado de dizer que gosta de mim. Sentirei falta ainda mais dos seus gestos mostrando que não consegue ficar sem minha presença, e de como sempre arrumas novas maneiras de dizer que também não consigo ficar sem a sua. E sentirei falta da sua, sua constante e imensa presença que ocupa todas minhas saudades do mundo todo, das palavras quando preciso e das mensagens dizendo que esta vindo me ver. Sentirei falta das musicas no fundo do telefone que cantava para mim, mesmo não dizendo que era para mim e dos seus argumentos mal formados quando esta com ciume ou quando quer derrubar o meu. Sentirei, inclusive, muita falta das suas historias de garotas, que me rendiam boas gargalhadas, e sua mania de não dar certo com nenhuma e sempre voltar para mim. Sentirei falta de como somos nós mesmo um com o outro e de como nos conhecemos, das discussões sem sentido que usamos apenas para podermos fazermos as pazes, porque sempre gostamos das nossas reconciliações. Sentirei falta de como gosto de você, embora sendo você, e de como me dou bem com isso. Sentirei falta do seu cabelo em meu rosto quando se apoia em mim, e da sombra que me faz quando esta sol. Sentirei falta dos seus braços se arrepiando quando te toco, e mais ainda das suas controversas para arrumar outra explicação para isso. Sentirei falta do seu sorriso e da alegria que ele me traz. E eu gostaria que soubesse, que essa pequena resenha não poderia chegar ao alcance da falta que tudo que leva seu nome me faria. Porque hoje, em mim, você é tudo que me constroe. Mesmo que eu me esqueça disso as vezes. Alias... Sentirei falta de como você sempre me lembra isso tudo.

[Carolina Assis]
Tão de repente que se eu não estivesse a espera não teria notado. Não, certamente não esperava, não por isso, não por algo tão diferente, tão único, tão... tão meu. Mas por algo eu tinha anseio. Nunca soube dizer, tão pouco interessa agora. Tudo que interessa é você e o modo como faz tudo sempre chegar a seu nome. Não de propósito, posso sentir quando se engana em fazer tudo do jeito certo, e como se esforça para errar. Mas você cansa. Sempre achei um defeito seu, você cansar rápido demais. Você cansa de desistir... E sempre volta. Seu defeito hoje é minha maior qualidade. Meu sangue frio não se acomoda em sentir sua falta, mas sempre sente, mesmo sendo eu que vou embora. Porque eu sempre vou. Sou covarde. Você me chamou certa vez assim quando não quis te ver, porque estava te esquecendo. mentira. Nunca cheguei nem perto da decisão de te esquecer. Não porque o amor é grande. Grandes amores se esquecem também. Mas porque ele me completa, ele me faz feliz. E eu gosto de ser feliz. Gosto também de você e de como exerce sua tarefa com exatidão. Como traz cores a dias sombrios, nascer do sol em noites escuras, e estrelas em céu negro. Porque na realidade minha estrela sempre foi você. Brilhando lá longe, mas para mim. Cuidando de mim. Do jeito grosseiro e brusco de ser, sempre cuidou, sempre quis ser melhor. Lembro-me da noite que disse suspirando que brigava comigo sempre para me fazer alguém melhor. Achei lindo, não porque de fato é algo belo, mas porque foi sincero. e Você sabe, sempre fui apaixonada por sinceridades... E por você.

[Carolina Assis]

Tudo novo, de novo!

Que minha lista confusa desse próximo ano consiga ser ao menos lida mais de uma vez, e não apenas escrita. Que eu seja capaz de fazer tudo ao meu alcance para realiza-la. Aprender a ser miudinha. Aceitar ser grande Não tentar suavizar o que não é suave. Não tem ver beleza extrema onde não há. Ver beleza onde não há. Perdoar mais rapidamente. Aprender a não esquecer tão rapidamente. Entender que o pra sempre não dura tanto assim, e que a eternidade esta no momento de existir. Entrelaçar sonhos. Lutar. Realiza-los. Se satisfazer com o alcance que tomar, e não se entristecer por não conseguir. Conseguir. Que seja doce. Lembrar-me de olhar para o céu e sentir as estrelas perto de mim. Matar minhas saudades, mas deixa-las por um tempo alimentando meus amores. Amar. Esquecer. Amar ainda mais. E não esquecer. Ler. Ler mais ainda. Escrever. Escrever sobre algo que não seja para ele, ou sobre ele, ou por ele. Sair do nós. Cair no outros. Dançar sempre como se não tivesse ninguém olhando. Cantar como se ninguém tivesse escutando. Ser mais corajosa. Melhoras minha memória. Lembrar-me. Engolir minha grosseria e meu sarcasmo. Não, meu sarcasmo pode continuar. Ser menos egocêntrica, e valorizar minha capacidade de amar. Sonhar de olhos abertos. Entorpecer. Ficar livre de tudo que me tira o riso. Fazer os outros sorrirem ainda mais. Conhecer pessoas, e mante-las comigo. Não deixar antigas irem. Quebrar teorias. Formas bons princípios. Segui-los. Enlouquecer. Passar no vestibular. Ser a melhor da turma. Não pegar DP. Criar laços. Estar pronta para desfazê-los. Dormir cedo. Não faltar a academia. Trazer a tona coisas adiadas. Fugir. Voltar. Ir além. Não beber. Mergulhar. Viajar. Passar mais tempo com minha melhor amiga. Diminuir a teimosia. Aprender a aceitar conselhos, mas nunca deixar de seguir meu coração. Não ser racional. Não ser controlado pela emoção. Não ter medo dos meus impulsos. Admitir meus medos. Meus erros. Ser uma boa amiga. Uma boa filha. Uma boa namorada. Uma boa garota. Orgulhar a Deus e a meu amor. Mudar. Continuar a mesma. Não adoecer. Cuidar. Aprender a gostar de crianças. Desobeder. Mudar a vida de alguém. Ter paciência. Ter muita paciência. Ter mais paciência ainda. Correr. Gritar. Ir atrás. Aprender a ser ambidestra e a assobiar. Não perder ninguém. Ser forte quando perder. Cair na teia dos acasos. Rir das quedas. Achar engraçado as esquisitices. Ser esquisita. Dar o melhor de mim. Cultivar o melhor de mim. Ter overdose de alegrias não motivadas. Libertar as borboletas. Aprisiona-las novamente. Desistir. Insistir. Ser surpreendida. Não falar palavrão, e não pensa neles. Melhorar minha letra. Retomar meu curso de ingles. Excluir o orkut. Depois fazer outro. Tropeçar. Insistir no que é bonito. Fazer ser o que não é. usar roupas coloridas. Não descrever. Não nomear. Inventar palavras sem sentidos. Desabafar em papéis. Provar amor a alguem. Provar a ele. Fazer de tudo que não fiz esse ano. Transbordar carinho. Ser sensata, quieta. Continuar no meu mundo. Trazer as pessoas para dentro dele. Saber calar-me. Saber não calar-me. Gostar do silencio. Traze-lo comigo. Aprender. Desaprender. Entender causas. Esquece-las. Apaixonar-me de novo. Pela mesma pessoa. Por outro. Por outros. Voar de asa delta. Ir para o Rio de Janeiro. Não esquecer das minhas palavras ditas, e não me perder entre as ouvidas. Saber distinguir quando continuar e quando parar. Entender que mesmo que nada disso seja feito, que eu na próxima virada, eu saiba que tentei. Porque tentar ainda é uma das coisas mais linda desse mundo. Do meu.

[Carolina Assis]