Escrevo porque encontro nisso
um prazer que não consigo traduzir.
Não sou pretenciosa.
Escrevo para mim, para que eu sinta
a minha alma falando e cantando,
às vezes chorando.
[Clarice Lispector]

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Surpreender-se ainda é o melhor caminho... Ou o mais bonito.

- Admito meu desespero, foi como da ultima vez... Depois que ele se foi, achei que ficaria perdida sem ter alguém, ai você apareceu...
- E por que o desespero?
- Achei que dessa vez não apareceria mais ninguém, fiquei me perguntando quem ocuparia o seu lugar.
- Mas você não precisa de ninguém, você tem a mim.

Eu sorria por dentro e por fora, a verdade é que não achava possível conhecer, muito menos ter, alguém como ele. De todas as coisas mais belas do mundo, era incrível que Deus tivesse me dado aquele presente tão lindo de olhos puxados. Quando ele chegava de manhãzinha, perguntando como tinha sido minha semana, eu tinha certeza que estava do lado da primeira pessoa que eu seria capaz de amar verdadeiramente, e quando acordei de manha deitada em seu peito, tive a certeza de que eu nunca desejaria acordar mais ao lado de ninguém que não fosse ele. Na realidade, tudo aconteceu tão rápido, entretanto cada momento teve seu tempo certo, o começo foi uma explosão de sentimentos, desejos e acontecimentos, não nos conhecíamos, mas sabíamos que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, era para ser assim. Saímos aos desencontros achando que não nos encontraríamos mais, mas era tudo ao contrario. Seu melhor amigo era o cara da vez na minha vida, apaixonei me por um tempo pela pessoa mais improvável, só agora vejo o quanto isso era necessário, o quanto isso fazia parte de todo o quebra cabeça de nossa vida. Você, mostrou me o seu pior lado naquela primeira semana, o único lado que eu notaria de primeira, mais um detalhe que só agora percebo o motivo. Seu jeito tão único, tão cheio de luz só foi passado para mim no decorrer do tempo, seus bons dia para todas as pessoas que encontrávamos na rua, suas implicâncias para minhas grosserias, sua doçura ao me corrigir, a diferença vinha em minha cabeça o tempo todo, não poderia entender como fui capaz de achar que tinha amado alguém como ele, alguém com tão pouco humanidade... Mas no fundo eu era igual a ele, percebi o quão vazia havia me tornado até você chegar e me encher de novo, limpou toda sujeira da minha alma, fez meu sorriso ser motivo de beleza, e minha beleza ser motivo de sorrisos. Não entendo como pude merecer alguém como você... Mas agora faço tudo para mante-lo em minha vida... Mas é como você sempre diz, eu tenho você.

[Carolina Assis]

Era extraordinário que ele pudesse perturbar assim o canto dos meus lábios.

Como se ela pudesse deixar de escolher como gostar de alguém, talvez até fosse capaz, mas nunca fugia. Dizia que vivia para de apaixonar e se apaixonava para viver, e todos riam porque a verdade saindo de sua boca era totalmente divertida. Era engraçado estar com ele, porque toda vez que ele a fazia sorrir ou rir, sentia uma vontade incontrolável de explicar pra ele o quanto o amava. O quanto gostaria de fazer o mesmo por ele, de liberar nele aquela endorfina que nela, levava seu nome. Tentou muitas vezes, em um daqueles dias que passavam juntos, deitados no sofá da casa dele esperando dar hora para se despedirem mais uma vez, lembrava-se de todas as vezes que foi avisada por ele para não se apaixonar. Ela dizia firmemente rindo, que isso nunca aconteceria, mesmo sabendo que assim estava desde a primeira vez que aquelas mãos seguram sua cintura, e sua voz chamou sua atenção. Porque desde o começo foi isso, foi ele chamando atenção o tempo todo, para a vida, para ele, para o mundo belo, para um mundo que ela nunca fez parte mas que no fundo sabia que era ali o seu lugar. Nunca pertenceu a algo comum, a pessoa alguma, não sabia o que era isso. Ela sorria ao lembrar de todas as vezes que ele puxou ela em um abraço dizendo o quanto ela era linda ciumenta, e da inúmeras ocasiões que o fez descrever a ideia que ele tinha do amor. Era a confirmação de como ela o amava, concordava com tudo, sentia isso mesmo. Gritava por dentro quando ele terminava sua explicação, que era isso mesmo, que ele estava certo, que ela sentia tudo isso lá dentro. Mas calava-se, porque o silêncio era algo que nunca fez parte da sua vida, mas que agora era necessário... Não era a primeira coisa de novo que ele vinha trazendo para sua vida.

[Carolina Assis]

E de repente a vida te vira do avesso… E você descobre que o avesso é o seu lado certo.

Quando você passa muito tempo vendo cada individuo a sua volta sofrer por algo que o mundo julga ser a coisa mais linda da vida, nasce em você aquele receio de que se entregar para valer, é apenas se juntar a todas elas. Nunca me juntei. Confesso meu interesse por esse assunto ser maior do que os dos outros, e muitas vezes julguei amar alguém, por ser fascinada pelo que eu sentia ou até mesmo pelo causador disso tudo. A realidade é que em todas essa ocasiões eu saio por ai amando o meu amor e não a pessoa. A prova disso é que quando o alguém ia embora eu deixava e ficava toda feliz por poder sentir essa coisa gostosa que me fazia ter inspiração para escrever, ou sair por ai dizendo que eu sabia algo sobre esse negócio de amar. Isso explica o motivo da minha ausência nessas caixas em brancos, que antes possuíam algum encanto para mim, e para para o esvaziar de toda essa lotação de vazios. Convenhamos que meu otimismo se estabeleceu em cada palavra que aqui escrevi, da mesma forma que minha paixão por ele. Mas hoje, confesso minha escassa vontade correr atrás de mim mesma para sentir aquela borboletas no meu interior. Agora há apenas lagartas passeando, e eu ando muito ocupada para alimenta-las.
[Carolina Assis]

Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou.

Saia andando pensando em pensar, lembrando de não esquecer, lutando contra as forças do tempo, mudando a rotina... Procurava... Impedir que o tempo lavasse todos os pedaços que dele habitavam nela, era apenas uma das coisas. Sentia era medo de querer novamente. De ter que aprender a amar outros defeitos, e suportar tantas falhas. Preferia o antigo, o que já conhecia. Preferia ele, como sempre preferiu. Tarde demais. A memória do coração dela era tão falha quanto sua força para não esquecer. Decidiu dar oportunidade ao tempo, ele lavou tudo. Como se ela tivesse escolha...

[Carolina Assis]

Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou.

Saia andando pensando em pensar, lembrando de não esquecer, lutando contra as forças do tempo, mudando a rotina... Procurava... Impedir que o tempo lavasse todos os pedaços que dele habitavam nela, era apenas uma das coisas. Sentia era medo de querer novamente. De ter que aprender a amar outros defeitos, e suportar tantas falhas. Preferia o antigo, o que já conhecia. Preferia ele, como sempre preferiu. Tarde demais. A memória do coração dela era tão falha quanto sua força para não esquecer. Decidiu dar oportunidade ao tempo, ele lavou tudo. Como se ela tivesse escolha...

[Carolina Assis]

Tenho uma ternura enorme por você... ...e para mim é muito difícil isolar essa ternura da razão, quando te escrevo.

Uso minha mania de distração para sempre te manter comigo, e confesso que minha ternura por você transborda, não apenas quando escrevo, mas quando falo seu nome, quando lembro da sua voz, quando penso no seu rosto. Não posso acreditar que fui capaz de pensar em esquecer tudo isso por alguns minutos, não esqueceria nem se me dessem essa opção sem pedir nada em troca. Porque eu já daria muita coisa, já deixaria de sentir minha pele ganhando calafrios só de ver seu nome chamando naquele aparelho móvel que me faz não apenas lembrar de nossas inúmeras conversas, mas de todas as vezes que deixou evidente a frase que você nunca ousou dizer " Eu me importo". Mas hoje não faz diferença para mim se você podia dizer isso ou não. Eu digo. Eu me importo, e quero me importar a cada dia mais, quero me importar tanto que você não precisara fazer isso. Me importarei por nós dois. Assis como fiz muitas coisas por nos dois, mesmo que você não saiba, mesmo que nunca saiba o quanto fui capaz de lutar mais para não te esquecer do que para não te perder. Perdi. Mas não esqueci. E talvez você volte, volte e prove para o mundo, que tanto disse não para nossa historia, que aqui do meu lado, é seu único existente lugar. E que eu nunca mais queira escrever para você dizendo que esqueci, mesmo que eu tenha apenas é me lembrado com uma frequência menor, porque as coisas são assim, elas se acumulam para quem não esquece, e tomam minha atenção por bons tempos que antes eram todos seus. Mas o que é seu mesmo, não são os minutos que penso em você todos os dias, e não são as quantidades deles que me farão medir tudo que sinto por ti. O que é seu mesmo esta aqui dentro, é aquele lugar que ninguém ocupa, que ninguém conhece, que ninguém terá. Um lugar que nem eu mesma possuo acesso, e agradeço, talvez se possuísse eu teria sido capaz de te arrancar de la como fiz com algumas memorias. Aquelas que você insistiu em ser o cara que eu nunca quis por perto, mesmo sabendo que no final de tudo, eu nunca desejei tanto algo por perto como sua presença, sua voz, sua boca sussurrando meu nome. E só para não perder o costume, tem uma parte de mim que sempre te esperará. A mesma que não consegue ocupar seu lugar.

[Carolina Assis]