Escrevo porque encontro nisso
um prazer que não consigo traduzir.
Não sou pretenciosa.
Escrevo para mim, para que eu sinta
a minha alma falando e cantando,
às vezes chorando.
[Clarice Lispector]

sábado, 12 de março de 2011

Seria diferente se você soubesse que aquela era a última vez?

Voltei para casa aquele dia pensando que enfim, tudo se ajeitaria. Nunca havia visto seus olhos brilharem tanto por ter me visto, mesmo que eu já esteja acostumada com um certo brilho na minha presença, daquela vez foi diferente... E foi a ultima. Agora sempre que me lembro desse pensamento eu sorrio, mesmo com uma pontada e dor no peito, devido a ironia cruel que esse nosso encontro e sua imagem nele nos trouxe. Você não sabia que acabará ali, nem eu. E quase posso ter a certeza que foi justamente essa falta de conhecimento que deu toda a beleza da situação. Não sei em que ponto começamos a nos perder, e as vezes penso que o problema foi que nunca nos encontramos de verdade. A realidade é que você já fazia falta antes mesmo de aparecer na minha vida. Por que não faria justo agora? E faz. Muita. Mas é só. É só falta de tudo que me proporcionou e de toda sua presença que consumia todos meus dias. A necessidade de você para meus sorrisos foi embora junto com o seu. E isso me fez lembrar que eu aprendi a ser forte com você, e ao mesmo tempo estar ao seu lado e querer ser fraca para que fosse necessária sua proteção. Mas nunca foi, nunca fomos encaixados porque eu não sou um encaixe, e só agora percebo isso. Mas ainda assim você foi a melhor aproximação de tal definição. E eu ainda te espero secretamente, porque você me ensinou que tudo muda a todo momento. Inclusive nossas formas. Ontem não encaixamos por faltas de peças, mas isso foi ontem...

[Carolina Assis]

Nenhum comentário:

Postar um comentário