Escrevo porque encontro nisso
um prazer que não consigo traduzir.
Não sou pretenciosa.
Escrevo para mim, para que eu sinta
a minha alma falando e cantando,
às vezes chorando.
[Clarice Lispector]

sábado, 20 de novembro de 2010

A minha única salvação é a alegria...

Deveria estar escrevendo novamente sobre amor, ou sobre sorrisos e a facilidade que se pode te-los. Mas ando tão cheia de mim, que isso precisava de alguma forma sair. Já disse há algum tempo que ando calada, esperando que meu silencio fale por mim... E para mim. Desejo que eu seja capaz de me ouvir como sou capaz de ouvir as outras pessoas. Não ando obtendo sucesso. Esta tudo tão diferente tão estranho, que este talvez seja o meu post mais confuso, e provavelmente o mais sincero. Na minha vida tudo sempre é assim, o meu amor mais sincero também é o mais confuso, não dos amores que tive em minha vida, mas provavelmente de todos que se conhecem. Meu egocentrismo as vezes me abala, como agora. Cresci ouvindo meus pais dizerem que mudei. Sim, isso porque mudo o tempo todo, sempre continuando sendo a mesma. As caracteristicas que fazem o mundo me conhecer continuam as mesmas, a animação de sempre, o sorriso escandaloso de segunda-feira de manha, a facilidade de ouvir e entender, o defeito de falar demais e não levar quase nada a serio, a teimosia de não ouvir conselhos e seguir o que meu coração manda, a mania de criar manias novas, a intensidades das relações, a facilidade de acaba-las. Mas sempre mudo. E agora não sei quem sou. E isso soa dramático ou triste, entretanto me encontro em uma das melhores fases da minha vida. Porque posso ser quem eu quero a cada momento. Criei uma independência tão forte, que as vezes me assusta. Sempre fui de estar do lado, de ir atrás, de querer cuidar e estar disponível, agora vejo as pessoas se afastarem e não me movo um milímetro para muar isso. E a falta de medo de perde-las, sempre as fazem voltar. Se eu soubesse que seria assim o tempo todo, talvez não teria a sorte de ter tantas pessoas a minha volta. Mas isso não muda muito minha estranha sensação de tomar estranhas atitudes que fazem de mim uma estranha para mim mesma. Na verdade a falta de atitudes que acaba me distraindo do foco de tentar obter a resposta da minha personalidade, vida, ou até mesmo emoção. Mas não me importo. Não me importo em não conseguir mais pensar. Antes qualquer vão de tédio eu fechava os olhos e imaginava tudo que queria, e vivia tudo que imaginava, e sentia tudo que vivia. Agora se fecho só olhos eu adormeço. E esse vão de tédios já não existem mais. Sorte do meu amor, a quem eu dizia que o amaria até o tédio. Mas ando feliz, e satisfeita, é algo que não da para explicar, porque sempre fui assim. Ao menos todos me viram assim. Costumo dizer que a felicidade não deve depender de objetos nem de pessoas, mas de sentimentos, de como andam as coisas dentro de cada um, contudo a minha felicidade sempre foi o resultado das peças do quebra-cabeça da minha vida. E a cada dia formo uma figura nova, as vezes perco algumas peças, outras troco com pessoas, as vezes eu mesma descarto, porem sempre ganho novas, e minha criatividade de criar diferente formas com todas elas é um dom e tanto. Tenho a impressão que fugi do contexto do meu desabafo sem sentido, mas não posso nem me surpreender, isso alem de ser uma caracteristica de todos meus texto é também da minha vida. Tomo alguma atitude com um principio, termino com outro. Crise de personalidade? Nunca me disseram isso. Também nunca me encaixei nesse perfil. Alias não me encaixo em perfil nenhum.

[Carolina Assis]

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